Dados de uma pesquisa divulgada no domingo (6) pelo jornal Folha de São Paulo, conseguidos através das secretarias de Segurança Pública dos 26 estados e do Distrito Federal, comprovam um aumento da violência contra a mulher no ano passado, nos meses em que o Brasil teve picos da pandemia da Covid-19.
Alagoas, onde uma mulher é assassinada por sua condição a cada 100 mil habitantes, os meses foram de muita violência contra a mulher, liderou o ranking de feminicídios no Nordeste, ficando na 5º posição a nível nacional.
Alagoas ficou atrás, apenas, dos estados do Mato Grosso, Roraima, Mato Grosso do Sul e Acre, ficando à frente de todos os outros estados do Nordeste.
Com relação aos registros oficiais de feminicídios no Brasil, Alagoas teve 35 mortes de mulheres em 2020, 9 a menos que 2019 e 15 a mais que 2018.
A pesquisa também mostrou que no Brasil no mesmo período do ano passado, 1.338 mulheres foram mortas por sua condição de gênero, assassinatos praticados em sua maioria por companheiros, ex-companheiros ou pretensos companheiros.
Em relação a 2019, houve uma alta de 2%, mas a violência contra as mulheres cresceu em níveis mais alarmantes no Centro-Oeste (14%) e no Norte (37%). Nordeste (+3) e Sudeste (-3) apresentaram pequenas variações. No Sul, houve queda de 14%.
Dados Brasil
Os números mostram que a violência contra a mulher tem trilhado uma trajetória de alta —o feminicídio cresceu 8% de 2018 para 2019, de acordo com dados atualizados—, apesar do endurecimento da legislação em anos recentes. E o cenário pode ser ainda pior, já que não há padronização na coleta, análise e divulgação das informações por parte de alguns estados.
Dos 13 estados que registraram aumento da violência contra as mulheres em 2020, 12 são do Norte, Centro-Oeste ou Nordeste. Apenas Minas Gerais (alta de 4%) está fora desse grupo.
Dos estados que historicamente têm grande número de feminicídios, o Mato Grosso, governado por Mauro Mendes (DEM), teve expressivo aumento em 2020, 59%. É também onde, proporcionalmente à sua população, mais mulheres são mortas por sua condição de gênero.
Entre as unidades da federação onde houve redução dos registros, destaque para Distrito Federal (-47%), Rio Grande do Norte (-38) e Sergipe (-33%). Em relação ao tamanho da população, Ceará e Rio Grande do Norte foram os que tiveram, em 2020, o menor índice de mulheres mortas a cada 100 mil habitantes.
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