Uma ação policial deflagrada na manhã desta quarta-feira (3), em Piranhas, resultou na prisão de um desertor da Polícia Militar de Minas Gerais que residia no município usando nome falso e é acusado de ser matador de aluguel, com envolvimento em vários crimes de pistolagem.
Natural de Itinga, interior de Minas Gerais, José Inácio Monteiro Murta, muito conhecido como “Leão”, 66, faz parte do quadro da Polícia Militar do estado mineiro, onde tem vários mandados de prisão em aberto por crimes de homicídio e é temido pela fama de matador de aluguel.
Segundo a investigação policial, depois de perceber que seria preso pelas várias acusações que tinha, há cerca de 20 anos “Leão” abandonou a função na PM mineira e fugiu para Alagoas, passando a morar em Piranhas, onde passou a se identificar com o nome falso de Rafael Afonso Paulino Freire.
O que chamou a atenção da polícia é que ele conseguiu documentos originais com o novo nome, inclusive Registro Geral (RG) e Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Ele tinha dois Cadastros Nacionais de Pessoas Físicas (CPFs), um com o nome de batismo e outro no nome falso que ele dizia ser natural de Tauá, no Ceará.
Levando uma vida aparentemente pacata, com o passar do tempo Leão tornou-se uma pessoa muito influente no município, com relação de amizade com políticos, empresários e autoridades importantes de Piranhas e do estado. Usando nome falso, mas com documentação original, chegou a conseguir emprego formal na unidade local da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf).
A polícia apurou que “Leão” comandou o Jogo do Bicho em Piranhas por um tempo e era tido por todos como uma pessoa respeitável e muito influente, de modo que chegou a ser candidato a vereador pelo PSC nas eleições municipais de 2020. Atualmente ele tem cargo comissionado na Prefeitura Municipal.
Segundo a polícia mineira, apesar da aparência de bom cidadão piranhense, bem relacionado com todos, ele viajava com frequência para Minais Gerais, onde é temido por todos que conhecem sua fama, e continuava a matar gente em crimes de mando.
O que “Leão” não sabia era que as polícias de Alagoas e Minas Gerais vinham o monitorando. Apesar de mudar de nome, a digital no documento falso de “Leão” não podia ser diferente daquela que consta no documento verdadeiro dele. E foi isso que ajudou a polícia a confirmar a farsa do acusado.
A prisão de “Leão” foi realizada em uma ação em conjunto entre a Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) e a PM mineira. Como ele é considerado desertor da PM/MG, um oficial foi designado para cumprir o mandado de prisão preventiva, expedido pela Vara Única da Comarca de Monte Azul, contra “Leão” por um dos vários homicídios dos quais ele é apontado como autor.
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