Durante o julgamento que durou várias horas nesta segunda-feira (4), o juiz Jhon Silas, da 8° Vara Criminal da Capital, condenou os irmãos Boiadeiro, réus pela participação em um duplo homicídio e um atentado, ocorridos no ano de 2006, no centro da cidade de Batalha.
Conforme a decisão, José Márcio Cavalcanti de Melo, conhecido como "Baixinho Boiadeiro", deverá cumprir 45 anos e 10 meses de prisão em regime fechado. Ele ainda é acusado de ter envolvimento na morte do vereador por Batalha, Tony Pretinho, e na tentativa de homicídio contra Emílio Dantas, mas ainda não foi julgado por estes casos.
Já para José Ancelmo Cavalcanti de Melo, o "Pretinho Boiadeiro", que é irmão de "Baixinho", o juiz decretou a pena de 58 anos e quatro meses de prisão, também em regime fechado.
Além dos irmãos Boiadeiro, um primo deles, identificado como Thiago Ferreira dos Santos, também foi condenado pela participação no duplo homicídio e na tentativa. A pena dele também foi de 58 anos e quatro meses de reclusão, em regime fechado.
Os três já saíram presos do fórum e foram levados para o sistema prisional do Estado.
O julgamento
Questionadas, as testemunhas relataram que acusados e vítimas estavam bares vizinhos no centro da cidade, e o conflito começou quando a mulher identificada como Karen, que acompanhava Emanuel Boiadeiro na ocasião, iniciou discussão com Marina Dantas, esposa do prefeito na época.
A denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) diz que Emanuel Messias de Melo Araújo, o Emanuel Boiadeiro, hoje já falecido, teria efetuado os disparos contra as três vítimas. Mas o promotor Antônio Villas Boas sustenta que todos são culpados.
“Quem participa do crime não é somente aquele que aciona o gatilho e atira contra a vítima, mas todos aqueles que de qualquer forma concorreram para a ação delituosa. Todos os réus aqui presentes concorreram e atiraram contra o veículo onde se encontravam as vítimas, e agiram como espécie de garantidores do executor material”, disse o representante do MPE.
O advogado Raimundo Palmeira faz a defesa dos três réus e buscará convencer os jurados de que eles não participaram. “O réu responsável pelo homicídio se apresentou, muito posteriormente, e confessou o crime. As testemunhas são praticamente unânimes em dizerem que estes réus não participaram da empreitada”, disse.
“Não se pode condenar alguém pelo nome da família” argumentou ainda Palmeira, em referência a reputação de ser violenta que a família carrega.
Foi acusado ainda nesse crime José Marcos Silvino dos Santos, mas ele também já é falecido.
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