Réus no assassinato do adolescente Arthur Pantaleão Siqueira, 14, Walter Kassius Clay Duarte Cavalcante, conhecido como "Neguinho", 20, e Jeferson Clemente da Silva, 18, foram ouvidos em uma audiência de instrução, debates e julgamento, realizada nesta quarta-feira (24) no Fórum da Comarca de Delmiro Gouveia.
Jeferson foi trazido da Unidade de Internação de Maceió, onde está recluso, para o fórum, já Walter Kassius Clay, que está no Presídio do Agreste, em Girau do Ponciano, participou por meio de videoconferência. Os dois confessaram a prática do crime.
Na audiência, Jeferson Clemente contou detalhes do roubo seguido de morte. Ele revelou que entrou na frente da moto de Arthur, anunciou o assalto e tentou retirar a chave da ignição, mas a vítima reagiu, tentado ligar o veículo para fugir.
Conforme o acusado, diante da reação de Arthur, Kassius Clay, que lhe dava cobertura na prática criminosa, efetuou os disparos que mataram o adolescente na hora. Conforme o réu, a intenção dele e do comparsa era roubar a moto e o celular da vítima.
O juiz tem dez dias para sentenciar os réus confessos.
O caso
Apontado como autor dos disparos de arma de fogo que mataram o adolescente Arthur Pantaleão Siqueira, Walter Kassius foi detido no dia 1 de maio, no município de Ribeira do Pombal, na Bahia. Ele foi localizado depois de levantamentos das Polícias Civil de Alagoas e da Bahia.
Segundo o delegado Rodrigo Rocha Cavalcanti, titular da 1ª-DRP, o suspeito vinha sendo monitorado por ele e o delegado Paulo Jason de Melo Falcão, coordenador regional de Euclides da Cunha. “Estava em contato com o doutor Paulo desde ontem. Sabíamos, por meio de levantamentos e do coordenador do 181, que o suspeito iria descer na rodoviária de Ribeira do Pombal”, relatou Cavalcanti.
“Organizamos uma campana, tendo em vista que ele estaria na companhia de outros elementos, e o detivemos exatamente conforme havíamos levantado, ou seja, na rodoviária. No momento da detenção, Walter confessou que atirou e matou o adolescente Arthur”, afirmou o delegado regional.
Walter e os outros foram levados para a delegacia da cidade baiana, onde estão sendo ouvidos pelo delegado Paulo Falcão. Também está sendo feito um levantamento baseado na suspeita de que eles fariam parte de um grupo criminoso que supostamente é responsável por roubos entre Alagoas e Bahia.
A participação de Walter Kassius no caso foi confirmada após o depoimento de Jeferson Clemente da Silva, que na época tinha de 17 anos de idade e, segundo a investigação, também participou do crime, ocorrido em frente a uma escola municipal, localizada no Conjunto Residencial Rui Palmeira, no bairro Cohab Velha.
Durante depoimento, o então menor inocentou um outro rapaz que tinha sido preso suspeito do assassinato e revelou a participação de Walter como autor dos tiros que mataram Arthur. Ele confessou ainda que a intenção dele e do comparsa era roubar a moto e o celular da vítima e que a arma utilizada no crime, um revólver calibre 32, era dele.
Após o depoimento, agentes policiais civis da 1ª-DRP e do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), também sediado em Delmiro, tentaram prender Walter Kassius, mas ele não foi localizado e passou a ser considerado foragido da polícia.
Diante da situação, a família do adolescente chegou a oferecer uma recompensa de R$ 10 mil para quem tivesse informações que levassem à prisão de Walter Kassius. O anúncio da recompensa foi feito pelo pai de Arthur, Alain Siqueira, mas não precisou ser paga porque o acusado foi capturado pela polícia.
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