Dois dias de investigações bastaram para policiais da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), sob o comando do delegado Gustavo Xavier, esclarecerem o sequestro e assassinato do comerciante Gilmário Alencar, que era dono de uma funerária em Olho D’água das Flores.
A vítima estava desaparecida desde o último dia 24, após ir a um lava a jato, em Olho D'água das Flores, onde deveria receber um dinheiro que havia emprestado ao proprietário do estabelecimento e ao genro dele. Segundo a família de Gilmário, ao dono do lava a jato foram emprestados R$ 10 mil e ao genro R$ 8 mil. Porém, os dois estavam se esquivando de pagar o valor.
Para evitarem o pagamento, os dois tramaram o crime, que teve a participação de um funcionário do lava a jato, que teria rendido o comerciante usando uma espingarda calibre 12. Esse funcionário, que não teve o nome divulgado até o momento, morreu na noite da sexta-feira durante a operação da Deic, após atirar contra os policiais.
Conforme os depoimentos do dono do lava a jato e do genro dele, após Gilmário chegar ao local acreditando que iria receber o dinheiro, ele foi rendido pelo funcionário, torturado e morto por estrangulamento dentro do estabelecimento.
Na sequência, na intensão de simular um sequestro, o dono do lava a jato levou o veículo da vítima, uma Hilux SW4, com o corpo dentro, para Arapiraca, no Agreste. A caminhonete foi seguida pelo genro, que dirigia um Fiat Fiorino e, em Arapiraca, no estacionamento de um posto de combustíveis, a dupla transferiu o corpo da vítima para a Fiorino, abandono a Hilux no posto e retornaram para Olho D'água das Flores, onde colocaram em prática a segunda parte do plano macabro.
Em depoimento, os três acusados presos confessaram que além de não pagarem a dívida também decidiram, com a morte do comerciante, simular um sequestro e “tirar” dinheiro da família da vítima.
De volta ao lava a jato, com a ajuda de dois funcionários, eles levaram o corpo para a zona rural do município, onde foi queimado em um tonel.
O plano deu errado após os acusados tentarem simular o sequestro, ligando para a família e exigindo dinheiro. Com a ajuda de policiais da Deic, as ligações foram rastreadas e o bando identificado. Mas, os policiais também se utilizaram de imagens de câmeras de segurança no posto onde o carro da vítima foi abandonado e em Olho D'água das Flores no trajeto da vítima até o lava a jato, o que reforçou a participação dos acusados na trama.
Com os suspeitos a polícia apreendeu uma espingarda calibre 12, usada para render o comerciante no dia em que ele foi morto no lava a jato e um revólver calibre .38.
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