Com o apoio do Serviço de Inteligência (SI) de vários batalhões da Polícia Militar, equipes da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Maceió, intensificaram a caça ao desempregado Mário José Barbosa de Melo, que em depoimento à polícia assumiu o assassinato de uma mulher transexual.
Mário Barbosa é considerado um homem perigoso e tem reincidência de homicídios. Em 2002, ele matou um homem em Jaramataia, no Sertão de Alagoas, em um posto de combustível, crime do qual foi absolvido. Em 2009 foi acusado de uma tentativa de homicídio em Arapiraca, no Agreste.
Sua ligação com políticos e comerciantes em cidades do Sertão tem feito a polícia suspeitar que ele esteja recebendo proteção para evitar ser preso.
A mais recente vítima de Mário Barbosa foi a trans Jasmine Silva, 20, morta a facadas na noite do último dia 8, em um dos bairros da parte alta de Maceió. Após o crime, o suspeito roubou um aparelho celular e o dinheiro da vítima.
Localizado por policiais da DHPP, o homem foi levado para a delegacia, onde confessou o crime com riqueza de detalhes para o delegado Fábio Costa. Sua versão foi que matou a vítima após confundi-la com outra trans que havia saído com ele um mês antes e que tinha furtado dele uma quantia em dinheiro. Mas a versão não convenceu a polícia.
“Quando ouvimos ele, ainda não tínhamos o mandado de prisão e o flagrante já havia se expirado. Por isso tivemos que soltá-lo, mesmo após ele confessar o crime. Daí nós fizemos o pedido de prisão, que foi rapidamente decretada pelo juiz Geraldo Amorim. Assim que recebemos o mandado, fomos na casa dele e até nas casas de alguns parentes, mas ele já havia fugido. Mário é um homem muito perigoso e violento e já responde a outros crimes, como homicídio consumado, tentativa de homicídio e de violência doméstica, e no interior sempre fez alguns favores para políticos e comerciantes. Não temos dúvidas de que alguém está ajudando ele a fugir e é certeza que ele quer ir para fora de Alagoas”, disse o delegado.
Sobre o assassinato da trans, que teve repercussão nacional, a polícia concluiu que Mário saiu de casa no dia do crime com a intenção de matar, tendo em vista que levou consigo a mesma faca utilizada no crime. Mário morava a cerca de 800 metros de distância do local onde fica o ponto das garotas de programa e chegou a repassar o celular da vítima para o cunhado, que vendeu o aparelho para outra pessoa, sendo localizado pela polícia. Ao cunhado, ele chegou a confessar que havia cometido um homicídio.
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