A Câmara dos Deputados deve votar nesta semana a reforma eleitoral. A proposta do presidente Arthur Lira é que a aprovação da matéria seja decidida em plenário na quinta-feira (2). Até lá, lideranças políticas buscam se reunir com a relatora Margarete Coelho para ajustar pontos do texto, entre eles a imposição de uma quarentena de cinco anos para militares, juízes e magistrados que quiserem concorrer a cargos políticos. Segundo o deputado federal Coronel Tadeu (PSL), a nova regra entrou “de última hora”. “Todos foram pegos de surpresa, foi colocado na semana passada e isso nos causou muita surpresa. Por que colocar esse tema desse jeito? Qual objetivo? Quem está colocando?”, questionou o parlamentar. De acordo com ele, representantes da bancada dos militares vão se reunir nesta terça-feira, 31, com a deputada Margarete para esclarecer os pontos e tentar reverter a inclusão.
“Minha categoria está sendo bem prejudicada na mudança da lei e será impedida de disputar eleições, ter que cumprir quarentena é muito ruim para todos nós. Será que o pastor vai cumprir também? Qual a base, o fundamento para se colocar medida tão restritiva? O texto fala de policiais, juízes e magistrados. São as três categorias que mais batem nos políticos que não cumprem as leis”, afirmou em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan. Coronel Tadeu considera que a imposição da quarentena é “cerceamento de determinadas candidaturas, em especial do juiz Sergio Moro“, possível candidato à presidência em 2022. Ele pondera que o direito à candidatura é uma das coisas “mais legítimas de qualquer cidadão” e critica a medida. “Brasil é o país da piada, onde juiz fica impedido de disputar qualquer eleição simplesmente porque prendeu o maior corrupto.”
“Infelizmente, é isso que estamos vendo, é rir para não chorar. Você acaba fazendo com que esses seres humanos sejam de segunda categoria. É um absurdo”, ponderou. “A gente perde em qualidade. O trabalho na Câmara é político, mas é também legislativo. Precisa ter conhecimentos específicos para estar lá. Então, perde em qualidade ao fazer cerceamento a determinadas categorias”, finalizou. Como a Jovem Pan mostrou anteriormente, outros políticos também afirmam que a imposição de uma quarentena é nociva. O senador Oriovisto Guimarães, por exemplo, afirma que a proposta é uma “manobra” para evitar a candidatura do ex-ministro da Justiça. “É uma manobra clara para evitar que Sergio Moro possa ser candidato à presidência da República. É uma ilegalidade absurda, porque a lei não pode retroagir como estão pretendo.”
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