O senador Eduardo Girão, do Podemos, disse ter “convicção” que o partido vai apresentar candidato à presidência da República para as eleições deste ano. Ele enxerga como um “dever” da legenda apresentar uma alternativa à polarização Lula-Bolsonaro. “O Podemos, acredito, tem o dever de oferecer essa alternativa, porque estamos vendo um polarização muito preocupante, do fígado prevalecendo sobre o bom senso e razão. Temos percebido pessoas chegando nas ruas e falando: vou votar contra esse e não à favor. Tem uma coisa muito perigosa nisso tudo”, afirmou o senador, em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta quinta-feira, 12. Ele vê poucas chances da chamada terceira via, com candidatura única, avançar a ponto de romper os extremos representados pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ex-presidente Lula.
“Não me empolgo com esses nomes que estão na disputa para terceira via. A gente ficou muito atento no Senado e vendo o posicionamento de alguns desses atores políticos durante a pandemia, de forma radical, fechando tudo, caçando a liberdade das pessoas e chegando ao ponto até de retirar produtos das prateleiras, proibir. Foi um festival de terror que, particularmente, não gostaria disso para o Brasil”, afirmou Eduardo Girão, que vê o partido “correndo por fora”. “Existe uma tendência majoritária dentro do partido de oferecer alternativa à polarização. […] “Alternativas não faltam para que possamos colocar luz. Proposta, serenidade, o Brasil merece avançar em algumas pautas que ficaram pra trás”, completou, mencionando temas como a prisão em segunda instância, o fim do foro privilegiado e o fim da reeleição.
Questionado sobre qual seria o posicionamento da legenda em um possível segundo turno entre Lula e Bolsonaro, candidatos líderes das pesquisas de intenção de voto, o senador Eduardo Girão reforçou que o Podemos deve ter, em “poucas semanas”, um desfecho sobre a candidatura e avaliou ambas alternativas. “O ex-presidente Lula, em um país sério, com leis que fossem respeitadas, principalmente por aqueles que deveriam resguardar a Constituição, não era nem para ser candidato. É uma aberração jurídica. Ele não foi declarado inocente, anularam as condenações, então a memória está muito clara de Mensalão, Petrolão, dinheiro nosso que foi jogado aos montes em outros países por questões ideológicas. No governo Bolsonaro, tivemos pontos positivos e negativos. O combate à corrupção foi enfraquecido pelos três poderes, tivemos a Lava Jato enterrada. Mas acredito muito em uma alternativa a esses dois polos, o Brasil precisa de algo melhor”, finalizou.
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