Alguns investigadores em didática das ciências afirmam que o desenvolvimento do pensamento das crianças, na sua primeira infância, está ligado às perguntas. São elas as responsáveis pelas indagações sobre o mundo e também sobre as situações ao redor. As perguntas dão sentido às coisas e despertam a curiosidade, ou melhor, é por meio da curiosidade que as crianças fazem as perguntas.

O ato da pergunta é um elemento de extrema importância para a educação, mas que infelizmente está sendo esquecido pelos educadores e educandos, pois a pergunta é uma forma de chegarmos ao conhecimento, e todo conhecimento começa pela pergunta. Pensamos para decifrar os enigmas ao nosso redor e por meio das perguntas assimilamos como funcionam e para que servem as coisas que nos rodeiam, e isso Platão já fazia.

Outros pensadores, como Vygotsky (1988), Meirieu (2006) e Bain (2007), ressaltam que o processo de aprendizagem ocorre em função das interações sociais, ou seja, para aprendermos o que vemos e ouvimos, necessitamos fazer milhões de perguntas. Assim, “qualquer pessoa que se dedique à docência enfrenta um dilema. Por uma parte, sabemos que as pessoas aprendem com maior efetividade quando tentam resolver suas próprias perguntas. Porém, são os professores, não os estudantes, os que geralmente controlam as perguntas, fixam a agenda educativa, desenham o currículo e determinam seu conteúdo e seus objetivos”. Ken Bain (2007).

Por tanto, é necessário que haja a mediação do docente, pois assim como acontece com as crianças, somos naturalmente curiosos e utilizamos de nossa capacidade criativa para questionar e buscar respostas.

*É formada em Letras/Espanhol pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal)