O palato, chamado popularmente de céu da boca, tem a função de nos ajudar a engolir os alimentos e também a falar, além de atuar como uma barreira importante dividindo a boca da cavidade nasal, portanto, em pacientes que possuem fenda labiopalatina, a principal anomalia craniofacial congênita que pode afetar a região, é comum que existam dificuldades nesses processos.
Entre as mães cujos filhos apresentam fissuras de lábio e palato, as queixas mais comuns sobre essa condição referem-se ao refluxo nasal, engasgos, tosse, e sobre a dificuldade para sugar, impactando o processo de amamentação como um todo.
A dificuldade na amamentação, se deve ao fato de que ao mamar, o bebê precisa realizar uma ordenha com a boca, que é dificultada pela entrada do mamilo na fenda labiopalatina, o que torna o processo muito difícil e o gasto de energia alto, com a consequência de perda de peso.
O paciente com fissura lábio-palatina engole mais ar durante a mamada e, se a técnica correta não for aplicada, posicionando a criança em uma posição mais ereta e dividindo o tempo da mamada para que a criança arrote, as cólicas e a regurgitação e/ou refluxo, mencionadas podem aparecer como consequência.
Em casos que não há acometimento da gengiva, no entanto, a maioria dos pacientes com fissuras consegue realizar o aleitamento materno sem problemas.
Como principais consequências, portanto, as crianças com esse tipo de anomalia craniofacial, podem apresentar ainda doenças respiratórias crônicas, refluxo gastroesofágico, perda de peso, desnutrição e seletividade de alimentos e de consistências.
Para evitar tais prejuízos, é de suma importância que o paciente faça a correção cirúrgica da fenda labiopalatina no tempo adequado. Para isso, é preciso seguir as orientações médicas que são feitas de acordo com cada quadro. As dificuldades em se alimentar impactam significativamente na qualidade de vida dos pacientes com fenda labiopalatinas e não podem ser ignoradas.
A fissura labiopalatina é a malformação congênita de crânio e face mais comum. Com incidência de 1 para 650 nascidos, essa condição é caracterizada quando há falhas no fechamento do céu da boca e/ou também nos lábios do bebê. Aqui é importante pontuar que as duas condições são distintas, mas são frequentemente confundidas. Quando existe fenda apenas na região dos lábios, sem comprometimento do palato, o quadro é chamado de lábio leporino. No entanto, quando existem fissuras na região do palato da boca, além de fenda nos lábios, o diagnóstico correto é de fissura labiopalatina e não lábio leporino.
Os fatores que desencadeiam as falhas no fechamento do lábio e do céu da boca são diversos, e englobam desde o uso de alguns medicamentos, como também fatores genéticos. O diagnóstico pode ser feito por meio de exames de imagem, ainda no período gestacional e confirmado no nascimento do bebê.
O tratamento para a fissura labiopalatina é complexo e, além das cirurgias, envolve uma equipe multidisciplinar composta por fonoaudiólogos, psicólogos, entre outros profissionais que devem continuar acompanhando o paciente pelo menos até seus 18 anos de idade.
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