Há muitos relacionamentos que são destrutivos. Aquilo que a gente chama amor, ao invés de edificar pode destruir. Isso certamente não é amor. Não poucas vezes o amor pode estar carregado de obsessões, egoísmos e fanatismos doentes. O amor que destrói é uma covardia, ciúme doentio, por isso não é amor. Diz-se amor, mas é um falseamento do amor.
Em muitos casos, homens ou mulheres vivem acorrentados em relacionamentos destrutivos e viciosos. Nisso, ficam dependentes dessa relação doentia. Por medo ou por falta de iniciativa permanece ali preso à garra daquele que o acorrentou. Em busca de amar e ser amado, homens e mulheres se aventuram numa estrada de mão única que leva à mortificação, pois ao invés de crescerem pela força de um sentimento e de um amor sadio, vão morrendo aos poucos por dentro, sufocados pelo peso de um amor desiquilibrado.
Muitas mulheres pensam que é possível criar um relacionamento saudável com pessoas agressivas. Chegam a chamar isso de amor, mas se enganam. Muitos homens também se submetem a desequilíbrios de mulheres que dizem amá-los, mas que não fazem outra coisa senão projetar nisso seus desequilíbrios e tendências dominadoras. Em longo prazo, muitos percebem que essa relação doentia não é possível. Dela não pode vir algo bom. Muitos chegam a pensar que o amor que sentem pelo outro poderia ser suficiente para mudar seu jeito agressivo e dominador. Acreditam que seria possível trazer aquele homem ou aquela mulher de volta para a civilidade e para a decência. Alguns continuam acreditando no amor, mesmo depois de serem agredidos ou de receberem ofensas verbais.
Quem ama não machuca nem física nem emocionalmente. Pelo menos intencionalmente não machucará. Alguns, por medo, fazem de tudo para impedir o fim do relacionamento. Habituam-se a falta de amor, se acostumam com aquela pessoa, mesmo sofrendo com ela. Extrapolam o limite da paciência, confundem esperança com desilusão. Amor e agressão não combinam. Um anula o outro. Alguém pode até chegar a dizer que agride por amor, mas isso é uma ilusão. É uma mentira.
Não aceite viver de migalhas de amor. Isso não te fará bem. Seu coração e sua vida merecem muito mais. Você tem qualidades, capacidades, não precisa ficar dependente de ninguém. Não permita que alguém exerça um poder destrutivo sobre você. Pode ser marido, esposa, pai, mãe, patrão ou amigo. Nenhum amor que cria dependência, impede a autonomia ou é agressivo, é amor verdadeiro. Amores destrutivos precisam ser deixados de lado. Pessoas destrutivas precisam ficar longe de você. Não se deixe morrer, não aceite migalhas de amor, volte à vida. Ela é espetacular.
*É sacerdote da Diocese de Caxias do Sul (RS). Cantor, escritor e compositor, lidera o “Projeto Despertai para o Amor”, de evangelização através da música e dos meios de comunicação
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