O portal Correio Notícia recebeu com surpresa, neste sábado (19), um pedido de direito de resposta solicitado pela Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Mata Grande referente à reportagem “Prefeito de Mata Grande estaria perseguindo comerciantes que declararam apoio a opositor”.
No pedido de resposta, a Ascom inicia dizendo que foi surpresa receber as informações contidas na referida matéria do Correio Notícia porque em nenhum momento havia sido procurada para dar a versão dos fatos contidos na postagem jornalística e, com isso, negou ter repassado as informações que constam como esclarecimento da prefeitura.
Para o bem da verdade que sempre prezou o Correio Notícia, detentor de um jornalismo sério e compromissado com os princípios éticos da profissão, é imprescindível esclarecer que a reportagem não mentiu nem tem esse objetivo ao relatar tão somente os fatos ocorridos no município de Mata Grande, seguindo todo o ritual jornalístico, o que inclui ouvir os citados para que cada um tenha a oportunidade de expor sua versão.
Durante a produção da matéria em questão, o jornalista Jota Silva, autor dela, entrou em contato via aplicativo Whatsapp com o secretário municipal de Governo, Aquilles Campos, que é filho do prefeito Erivaldo Mandu. O objetivo foi obter os esclarecimentos referentes às acusações de perseguição política atribuídas à gestão municipal.
Entende-se que o secretário de Governo e filho do prefeito seja habilitado para dar tais esclarecimentos, tanto que o fez. No entanto, ele pediu ao jornalista citado para atribuir as informações repassadas à Assessoria de Comunicação da Prefeitura, alegando que não queria que as respostas dele fossem interpretadas de maneira politiqueira.
Filho do prefeito e secretário de Governo, entende-se que dentro da hierarquia da Administração Municipal, Aquiles tenha autoridade para falar pela Assessoria de Comunicação. Com isso, independentemente de quem deu o esclarecimento, a reportagem não deixou de ouvir o outro lado nem inventou a resposta atribuída à Ascom, principalmente por seguir indiscutivelmente a ética do jornalismo.
Vale salientar que a fonte está sendo exposta porque, embora tenha solicitado que as respostas fossem atribuídas à Assessoria de Comunicação, trata-se de uma pessoa pública e as informações repassadas não a comprometem, visto que não são diferentes daquelas enviadas à redação pela Ascom da Prefeitura neste sábado (19).
Isso é, o direito de reposta solicitado pela Ascom é desnecessário porque já tinha sido concedido quando o secretário foi ouvido, de modo que as informações repassadas por ele não diferem daquelas enviadas pela Comunicação da Prefeitura.
De outro modo, estranhamente o conteúdo do pedido de resposta feito ao Correio Notícia foi postado em outros portais de notícias antes mesmo que pudéssemos avaliá-lo.
Contudo, esclarecemos nós que não propagamos em hipótese alguma notícia falsa, pelo contrário, combatemos com a verdade do jornalismo.
No caso específico, ouvimos todos que poderiam esclarecer os fatos e levamos para nossos leitores a informação para ser apreciada por eles e, assim, tirarem suas próprias conclusões quanto a quem fala a verdade ou não a respeito do fato relatado na reportagem.
Reiteramos nosso compromisso com o bom jornalismo e vamos continuar a praticá-lo, como sempre temos feito. Assim como o americano William Randolph Hearst, defendemos que “Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade”. Não obstante, combateremos também qualquer tipo de intimidação aos nossos repórteres, que não fazem nada além do jornalismo profissional.
Confira abaixo o direito de resposta solicitado pela Ascom da Prefeitura de Mata Grande e compare com o que já está na reportagem. Note que se tratam das mesmas informações, com isso, reafirmamos que essa resposta solicitada já havia sido concedida.
Direito de resposta:
Foi com surpresa que a assessoria de comunicação da prefeitura de Mata Grande recebeu as informações contidas na matéria pelos motivos que seguem:
1º - Em nenhum momento fomos como ASCOM procurados ou provocados a dar a versão dos fatos da estória que se apresenta no formato jornalístico, logo, negamos veementemente termos contribuído no esclarecimento dos fatos.
2º - A prefeitura Municipal de Mata Grande esclarece que em momento nenhum pediu a desocupação do ponto, mas e tão somente que o portão fosse aberto, tendo em vista o fato da administração ter recebido inúmeros pedidos da comunidade garantindo a reabertura da área - por se tratar de área com banheiros públicos - estão fechados como se lá fosse uma propriedade particular, não permitindo, inclusive, o direito de ir e vir aqueles que lá possuem casas e garagens, logo não se trata de perseguição política como sucinta a matéria, e sim a garantia a todo cidadão do direito isonômico de acesso ao local.
3 - Da segunda tratativa, esclarecemos que o ponto hora ocupado irregularmente foi requerido pela Prefeitura por ser de seu acervo patrimonial e objetivando ampla reforma, transformando o espaço em Centro Cultural através da lei Adair Blanc, com projeto já aprovado pelo ministério da cultura. Até porque o direito individual não pode se sobrepor ao interesse comum.
Deste modo, nos colocamos à disposição da sociedade e da imprensa para qualquer esclarecimento, deste ou outro tema, na certeza que não nos furtaremos da verdade nem nos calaremos a qualquer fato inverídico propagado por quem quer que seja.
Confira abaixo a reportagem que motivou o direito de resposta acima. Note que não há diferenças entre o que foi dito pelo secretário e o que foi trazido no "direito de resposta" da Ascom.
Prefeito de Mata Grande estaria perseguindo comerciantes que declararam apoio a opositor
Utilize o formulário abaixo para comentar.
Não foram encontrados registros.