Após declararem apoio ao pré-candidato contra o prefeito Erivaldo Mandu (PP), que disputa a reeleição, pequenos comerciantes de Mata Grande começaram a receber nesta sexta-feira (18) notificações da prefeitura para se retirarem dos prédios ou locais onde mantêm seus comércios.
Os motivos são diversos, mas os principais são relacionados a irregularidades referentes a autorização de funcionamento por parte da prefeitura. Os alvos das notificações seriam apenas pessoas que têm declarado publicamente apoio ao pré-candidato da oposição Júlio de Hélio (PDT).
Lúcio do Hambúrguer foi um dos que receberam a notificação. Ele tem uma embargaria que funciona em um beco, que antes servia como ponto de usuários de drogas, descarte de lixo e prostituição. Com autorização da prefeitura, o local foi revitalizado pelos moradores da localidade, que, após as melhorias implantadas com recursos próprios, colocaram um portão fechando o acesso do beco durante a madrugada para mantê-lo organizado.
Luangellys, filho do vendedor de hambúrguer, em um áudio enviado à redação do Correio Notícia, conta mais detalhes sobre a revitalização do beco situado no centro da cidade.
Cerca de três anos depois das mudanças, depois de aparecer nas redes sociais declarando apoio ao pré-candidato da oposição ao prefeito, Lúcio do Hambúrguer recebeu a notificação administrava de que estaria ocupando indevidamente uma área pública.
O documento assinado pelo secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Severino Francisco de Souza, alega ainda que o comerciante está prejudicando o uso de banheiros públicos existentes no local. Foi fixado um prazo de 48 hora para que Lúcio do Hambúrguer retirasse o portão que fecha o acesso do local, o que prejudica o comércio dele.
Outro comerciante que também foi notificado é o técnico em eletrônica, cujo nome não foi divulgado. Ele foi notificado para desocupar o prédio onde mantém há seis anos a eletrônica na qual trabalha. Revoltado, o notificado gravou um vídeo para expor a situação.
Versão da prefeitura
Por meio da assessoria de comunicação, a prefeitura esclareceu que a medida foi adotada somente contra os dois citados na reportagem e que no caso de Lúcio do Hambúrguer ele fechou um local público, os moradores querem ter acesso, mas estão impedidos de entrar.
“O pessoal da comunidade estava sem acesso porque ele fechou o beco e ficou com a chave, o que prejudica os outros moradores”, justificou a assessoria em contato com o Correio Notícia.
Quanto ao caso da eletrônica, a prefeitura informou que o prédio onde funciona pertence ao município e será utilizado para a construção de uma casa de cultura, obra que já estaria aprovada pelo Ministério da Cultura, dentro da Lei Aldair Blanc.
Ainda de acordo com a prefeitura, a medida não se trata de perseguição política visto que atende o interesse da coletividade. “O que está sendo feito foi a pedido da comunidade e não é perseguição política. Tudo é pelo bem da comunidade, não faremos nada que não seja para o bem comum. O que não pode é beneficiar um em particular e deixar a comunidade isolada”, finalizou.
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