O Partido Socialista Brasileiro (PSB) oficializou o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin como vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para eleições presidenciais neste ano. A confirmação do ex-tucano na posição foi feita em evento realizado em um hotel da zona sul da capital paulista nesta sexta-feira, 8, com a presença de lideranças dos dois partidos políticos. Durante o encontro, Alckmin falou em ‘desprendimento e união’, e Lula afirmou que PSB participará da elaboração do plano de governo.
Por sua vez, Lula valorizou a união, afirmando que ela não foi feita apenas por formalidades eleitorais, mas com o objetivo de vencer e “recuperar” o Brasil, dialogando com o empresariado. “É importante saber que essa chapa aqui não é só para ganhar as eleições. Talvez, ganhar as eleições seja mais fácil do que a tarefa que nós teremos pela frente para recuperar esse país. Nós vamos conversar com toda a sociedade brasileira. Nós vamos conversar com grandes, médios e pequenos empresários e vamos conversar muito com o povo trabalhador desse país”, declarou o ex-presidente. “”Nós vamos percorrer esse país. Vamos de Roraima ao Chuí. Conversar com esse povo, assumir compromisso. Porque nós temos que provar para a sociedade brasileira que esse Brasil está precisando de amor e não de ódio, que está precisando de humanismo e não de arma, de emprego e não de violência”, completou.
Nas redes sociais, Lula defendeu a união de forças com “projetos diferentes” mas que compartilham princípios em momentos de necessidade e agradeceu ao PSB pela união. “É plenamente possível duas forças com projetos diferentes, mas com princípios iguais, se juntarem em um momento de necessidade do povo. Agradeço aos companheiros do PSB”, disse o petista. Em entrevista à Jovem Pan News na manhã desta sexta, o também ex-governador de São Paulo e um dos principais nomes do PSB, Márcio França, disse que Lula e Alckmin são pessoas diferentes, mas que se uniram para fazer frente a um “lado autoritário”.
“Quando pensamos na possibilidade da junção queríamos deixar claro que há uma divisão no Brasil que, no nosso entendimento, tem a ver com lado democrático e um lado mais autoritário. […] É por isso que o Alckmin fez esse movimento e, naturalmente, quando ele faz esse movimento e escolhe um partido como o nosso, ele, ao mesmo tempo, assume um compromisso de estar neste campo político. Mas eles não são pessoas idênticas, o Lula e o Alckmin foram adversários em várias eleições. Quando fazemos coligações, é para juntar pessoas diferentes como quem diz ‘vou criar um grupo de pessoas para derrotar um adversário maior’”, afirmou França.
No documento oficial do PSB de indicação de Alckmin, o partido se dirige diretamente a Lula, chamando-o inicialmente de “companheiro” e dizendo acreditar que ele é “quem reúne as melhores condições para articular forças políticas amplas”. O texto ainda afirma que o Brasil vive o momento mais difícil do período de redemocratização por causa de “uma crise política sem precedentes”, além de crises econômica e social. O partido defende que tais problemas tiveram início no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) e sequência no atual governo de Jair Bolsonaro (PL) e que, por isso, o embate eleitoral não de 2022 não está relacionado a um embate histórico entre direita e esquerda, mas um confronto entre democracia e autoritarismo. O documento do PSB, assinado pelo presidente da legenda, Carlos Siqueira, ainda exalta a imagem do recém filiado Geraldo Alckmin por sua “vida pública longeva e honrada, e perseverança na defesa da democracia”.
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