O despertador já está programado e em 5 de outubro acordará de sua doença do sono, denominada na medicina de Tripanossomíase Humana Africana, a oposição em várias cidades do Sertão de Alagoas. Ainda sonolentos, após os três anos e meio de sono profundo, candidatos a prefeitos, pela tal oposição, mesmo bocejando, vão às ruas pedir os votos aos eleitores, em sua grande maioria, surpresos, por descobrirem que em suas cidades havia oposição... oposição de verdade... terceira via, etc.
E a comprovação é certa. Quem anda pelas ruas, por exemplo, de Piranhas, Senador Rui Palmeira, São José da Tapera, Carneiros, Palestina, Pão de Açúcar, Monteirópolis, Batalha, Major Izidoro e Jacaré dos Homens ouve, em volume alto, o "ronco" do sono da oposição.
Há quem diga até - os conhecedores da política no Sertão - que graças a essa forma errada de fazer política, a oposição será a maior avalista dos próprios adversários, para que eles comprem a roupa da posse e se organizem para a festa da vitória antecipadamente.
Enfim, será a eleição mais fácil da vida de quem não contraiu a doença do sono.
Bons de sono e, muitos, "acima do peso" (tendência de quem dorme demais), os oposicionistas devem ressuscitar os velhos discursos do "bater, bater, bater", modelo que hoje não elege e recriminado pelo eleitorado jovem e feminino.
Mas, o que essa tal oposição têm sonhado nesses últimos três anos que difere da realidade? Antes de mais nada é necessário frisar que, para a medicina, quem tem a doença do sono não consegue distinguir o que sonha, que na verdade é pesadelo.
De forma flagrante, a "cabeça, corpo e alma" da oposição no Sertão ressurge através de candidatos ainda sem partidos; onde o mesmo grupo têm três, quatro e até cinco pré-candidatos a prefeitos; grupos planejando a queda do vice indicado; pesquisas sem ter os nomes nas ruas; publicações de vídeos e cards em redes sociais que não são compartilhadas e nem comentadas e que só servem de "piada" e assessores com PHD em cizânias e doutorado em levar o candidato para festas de seis pessoas em sítios distantes.
Didáticos em "achologia", que é uma tendência para avaliar situações ou emitir afirmações, seguindo apenas a própria opinião, sem explicação, motivo ou fundamento, sem que haja razoabilidade, racionalidade e nem base de sustentabilidade, a maioria dos oposicionistas sertanejos, talvez infectados por uma das variantes da doença do sono, não entendem que o mundo onde vivem mudou, que o eleitor se tornou mais critico e que - principalmente - tem aumentado o número de eleitores que não se deixam representar por qualquer candidato e, consequentemente, crescido o número de abstenções.
E nas outras cidades do Sertão, como tem se comportado essa tal oposição? Embora em algumas delas existam pesquisas (?) que apontam candidatos com 90% de aprovação, nada ainda está decidido. É bem verdade que em muitas dessas cidades as tais pesquisas são "construídas" a quatro mãos: as mãos de quem paga, nas sombras de alpendres de luxuosas chácaras, e pelas mãos de quem divulga os números, que na maioria das vezes não conhece o município.
Experts em marketing político, no Brasil ou fora, têm provado que para se vencer um candidato rico, aqueles que se perpetuam nos cargos, não basta apenas ter dinheiro, pois se ousar em gastar os mesmos centavos do opositor ou mais, não vencerá a eleição. E as regras são claras.
Em primeiro lugar tem de ajudar quem precisa sem demonstrar seu interesse pelo voto. Anos antes do pleito, forme grupos e juntos promovam discussões de mudanças; nesses anos antes se esquive de ter seu nome relacionado a política partidária; nas redes sociais, mostre os problemas, como devem ser resolvidos, saiba agradecer quando a gestão resolvê-los, fale para os jovens e o eleitorado feminino e interaja.
Claro, se você não gostou, pode retornar para mais três anos e meio de sono.
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