O ex-prefeito de Delmiro Gouveia, Padre Eraldo, pré-candidato a prefeito pelo Partido dos Trabalhadores (PT), encontra-se em um momento crítico de sua carreira política. Além da decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL) que o tornou inelegível por oito anos, ele agora enfrenta a rejeição das contas de sua administração pela Câmara Municipal de Vereadores. A rejeição foi confirmada em segunda votação nesta quinta-feira (13), com um placar de 8 a 2, reforçando sua inelegibilidade conforme os critérios estabelecidos pela Lei da Ficha Limpa.
Na primeira votação, os vereadores Kel, Gato, Jaelson Pereira, Jamil Cordeiro, Jean Cordeiro, Edna do Tatuakara, Casagrande e Marcos Costa votaram pela rejeição das contas, enquanto Everton Rocha e Wendel Emiliano votaram contra. O vereador Júnior Lisboa não compareceu à sessão. Na segunda votação, os vereadores Kel, Gato, Júnior Lisboa, Jamil Cordeiro, Jean Cordeiro, Edna do Tatuakara, Casagrande e Marcos Costa mantiveram a rejeição, com Everton Rocha e Wendel Emiliano novamente votando contra. Desta vez, Jaelson Pereira não compareceu.
Com a rejeição das contas pelo Legislativo Municipal, Padre Eraldo enfrenta uma situação complicada. Apesar de ainda poder recorrer da decisão do TRE/AL, o resultado da Câmara de Vereadores já o coloca em posição de inelegibilidade, conforme as alíneas "e" e "f" do artigo 1º da Lei Complementar nº 135/2010, conhecida como Lei da Ficha Limpa. Isso porque a legislação prevê a inelegibilidade para aqueles que tenham contas de gestão rejeitadas por decisão de um órgão colegiado.
O presidente da Câmara Municipal, vereador Marcos Costa, anunciou que o relatório referente à rejeição das contas será enviado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE/AL), ao Ministério Público Estadual (MPE/AL) e ao Ministério Público Eleitoral. Estes órgãos devem tomar as medidas cabíveis quanto à inelegibilidade de Eraldo.
Embora ainda possa recorrer tanto da decisão do TRE/AL quanto do rito de julgamento da Câmara, as chances de reverter o mérito dessas decisões são incertas. A situação de Padre Eraldo se assemelha à de Paulo Roberto Moreira Leite, candidato a deputado federal pelo Espírito Santo, que teve seu pedido de candidatura definitivamente indeferido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A decisão do TSE reafirmou que o prazo de inelegibilidade começa a contar após o cumprimento da pena imposta por tribunal colegiado, o que significa que, mesmo que Eraldo consiga postergar as decisões, ele ainda enfrentará a inelegibilidade por oito anos.
Com isso, Padre Eraldo não apenas fica de fora das eleições deste ano, mas também das eleições de 2028, tornando-se um "fantasma político" prestes a ser completamente afastado do cenário eleitoral por um longo período.
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