Em entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes, o delegado Paulo Tavares, da Polícia Civil de Minas Gerais (PC/MG), confirmou na manhã deste domingo (6) que oito testemunhas da tragédia envolvendo o ônibus da empresa Localima Turismo, de Mata Grande, que matou 18 pessoas num acidente na tarde da sexta-feira (4), na cidade mineira de João Molevade, contaram detalhes até então desconhecidos para os investigadores.
Entre as novas revelações, segundo o delegado, já se pode concluir que o motorista do veículo morreu no local. Porém, ainda não sabe a identificação do suposto segundo motorista, que teria pulado do ônibus ainda em movimento. O delegado não considera ele foragido.
“Prefiro que essa palavra foragido não seja usada. Não existe mandado de prisão contra ele. Ele está desaparecido. Não se sabe o paradeiro dele. Mas, o fato de ele ter abandonado o local de serviço, o próprio Código de Trânsito fala isso. Mas, não vamos delinear fatos típicos agora, vamos esperar a parte da perícia técnica e da investigação para fazer um desenho certo do fato”, disse o delegado da PC mineira.
O delegado explicou que embora os depoimentos sejam esclarecedores, na análise criminal ainda são imprecisos para se tomar qualquer conclusão do fato.
Paulo Tavares esclareceu que as investigações têm tido o apoio da Polícia Civil dos Estados de São Paulo e Alagoas, de onde muitas das vítimas eram e que nesta semana mais pessoas serão intimadas a prestar depoimento, como as vítimas que sobreviveram no desastre.
Para adiantar as investigações e deixá-las mais substanciadas já foram solicitadas as fichas datiloscópicas das vítimas, para ajudar na análise mais precisa.
“Não podemos ser levianos de nos precipitar. Temos depoimentos de testemunhas e de vítimas de dentro do ônibus. Alguns depoimentos são esclarecedores, outros confusos. A parte técnica é a mais difícil, pois depende do emocional das pessoas”, afirmou o delegado.
Ele confirmou que o condutor do ônibus continua sendo o principal mistério das investigações.
O delegado concluiu dizendo que irá ouvir o proprietário do ônibus, que mora em Mata Grande, e o proprietário da empresa que locou o veículo, a JS Turismo.
“É estranho uma empresa séria locar um veículo com um Termo de Autorização para transporte de passageiros conseguido através de uma liminar. Se foi através de liminar, todos sabem que isso é provisório. Basta a Justiça caçar. Ainda por cima, o mesmo veículo tinha três autuações no mesmo ano (2019) por fazer transporte irregular. Mais estranho são as duas empresas, até o momento, não terem mostrado para a polícia os dados dos motoristas, quem eram, cópias de suas CNHs e os endereços. Não é comum. Será que vou ter de intimá-los para que eles esclareçam o obvio?”, finalizou o delegado.
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