O delegado Paulo Tavares, da Polícia Civil de Minas Gerais (PC/MG), vai comandar nesta manhã de quarta-feira (9) a primeira reconstituição da tragédia com o ônibus da empresa Localima, de Mata Grande, que matou 19 pessoas na tarde da sexta-feira (4), em um dos trechos da BR-381, em João Monlevade, Região Central de Minas Gerais.
Para os trabalhos de reconstituição, que terá início às 10h e contará com equipes da Defesa Civil (DC), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Perícia Criminal, o trecho do acidente será interditado durante cerca de três horas, até o final dos trabalhos dos investigadores.
A prefeitura de João Monlevade vai disponibilizar um ônibus para que o trabalho da Polícia Civil seja realizado. Os policiais investigam o que pode ter causado o acidente.
Algumas versões já são investigadas. Uma delas é que o motorista Luiz Viana de Lima, 47, que dirigia o veículo, ao descer do ônibus para verificar uma avaria no retrovisor, não encaixou o freio de mão, o que fez o veículo descer de ré a ladeira e cair de uma altura de 35m. Porém, uma outra versão – contada pelo motorista durante depoimento na tarde da segunda-feira (7) – é que o ônibus perdeu os freios e ele não teve como controlar o veículo. Luiz Viana disse que pulou do ônibus junto com outros passageiros.
A versão do profissional foi acrescida quando ele detalhou que o ônibus teve diversos problemas mecânicos desde quando saiu de Mata Grande com destino ao estado de São Paulo.
Um outro fato também se destaca nas investigações. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG) oficializou à PC/MG que o ônibus da Localima havia sido autuado seis vezes em estradas mineiras por transporte clandestino de passageiros. Três das autuações foram aplicadas em outubro do ano passado, quando o veículo foi flagrado fazendo transporte de passageiros entre Mata Grande e São Paulo (SP) sem a autorização do poder concedente. Os registros foram feitos na região de Montes Claros, no Norte do estado, na BR-135 e na BR-251.
Ainda segundo o DER-MG, àquela época, a infração não previa a remoção dos veículos irregulares como ocorre atualmente.
Em janeiro e setembro deste ano, o mesmo veículo foi autuado novamente, quando passou pela rodovia MG-290 sem entrar na praça de pesagem do DER daquele estado, em Borda da Mata. Como não foi feito o controle do peso, o veículo foi autuado nessas duas oportunidades.
A última autuação foi realizada em setembro deste ano, dessa vez por problemas no tacógrafo. Segundo o DER-MG, o equipamento não fazia o registro da distância nem do tempo do veículo. Essa abordagem foi na BR-135, em Montes Claros.
Até o momento, 21 pessoas já prestaram depoimento à polícia. Sete delas foram ouvidas após diligências e outras 14 foram ouvidas em cartório.
Utilize o formulário abaixo para comentar.