O comandante-geral da Polícia Militar (PMDF), o coronel Klepter Rosa Gonçalves, divulgou, em outubro do ano passado, um áudio que chama Moraes de 'vagabundo' e defendia golpe militar. A troca de mensagem, com o então chefe da corporação Fábio Augusto Vieira, está na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
O comandante-geral da PM foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga a atuação da cúpula da Polícia Militar do DF durante os ataques do dia 8 de janeiro.
O áudio também aponta Moraes como “advogado de facção” e que a eleição estaria “armado” e que “as Forças Armadas saberiam disso”, fomentando teorias conspiratórias e antidemocráticas.
“Na hora que der o resultado das eleições que o Lula ganhou, vai ser colocado em prática o art. 142, viu? Vai ser restabelecida a ordem, se afasta Xandão, se afasta esses vagabundo tudinho e ladrão, safado, dessa quadrilha… Aí vocês vão ver o que é por ordem no país. Não admito que o Brasil vai deixar um vagabundo, marginal, criminoso e bandido, como o Lula, voltar ao poder”, diz a mensagem compartilhada por Klepter Rosa.
O áudio prossegue com uma afirmação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro e o Exército Brasileiro teriam preparado um golpe de Estado, que demandaria, como primeiro passo, um levante popular.
“Rapaz, vocês tem que entender o seguinte: o Bolsonaro, ele está preparado com o Exército, com as Forças Especi… As Forças Armadas, aí, para fazer a mesma coisa que aconteceu em 64. O povo vai pras rua, que ninguém vai aceitar o Lula ser... Ganhar a Presidência, porque não tem sentido, o povo vai pedir a intervenção e, aí, meu amigo, eles vão nos livrar do comunismo novamente”, diz a voz não identificada no áudio.
Outras mensagens
A PGR aponta que os militares compartilharam outras mensagens que circulavam pelas redes sociais sobre o resultado das eleições e que citam possibilidade da tomada do poder pelo Exército.
Em novembro, segundo os procuradores, o coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues compartilha com Fábio Augusto Vieira "um quadro “explicativo”, que expressava três alternativas à regular sucessão presidencial": uma suposta aplicação do art. 142 da Constituição Federal; “intervenção militar”; e “intervenção federal” por iniciativa militar.
A mensagem diz ainda que “precisamos de uma intervenção federal, com a manutenção de Bolsonaro no poder!”.
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