Um levantamento do Colégio Notarial do Brasil mostra que foram registrados mais de 77 mil divórcios consensuais no ano passado, o que representa um aumento de 266 casos em relação ao primeiro ano da pandemia de Covid-19. Apesar da alta parecer pequena, o número de separações é o maior da série histórica, iniciada em 2007. Há dois anos, antes da pandemia, 75 mil casais oficializaram a separação e, agora, a quarentena é apontada como uma das principais causas para os divórcios. Ubiratan Guimarães, diretor do Colégio Notarial do Brasil, explica que desde 2007 tornou-se possível se separar nos cartórios e em 2020 a tecnologia agilizou o processo. “Esse aumento se deve, em partes, pela facilidade que pode fazer os divórcios em cartórios de notas e pelo meio virtual. Você não precisa se deslocar até o cartório para fazer o divórcio”, afirmou. Para fazer a separação em cartórios, no entanto, há algumas exigências: não pode haver nenhuma discussão com relação aos direitos dos filhos menores de idade, por exemplo.
A advogada Carolina Nardi afirma que, mais do que divórcio, o escritório atendeu mais casais separados que tiveram problemas com os filhos no ano passado. “O tratamento das crianças no momento pandêmico, como isso foi administrado por um casal que já estava separado e começou a ter problemas com os filhos na pandemia, por questão de regime de convivência. As pessoas ficaram enclausuradas, então muita gente acabou não permitindo que o filho não convivesse com o pai ou com a mãe por um real medo, porque vivemos uma fobia social, mas muitas vezes para afastar a criança”, menciona.
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