O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira (19) que vetaria o fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões aprovado na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). O valor do fundo foi “exagerado” e recursos poderiam ser melhor empregados, de acordo com Mourão. Em 2020, o fundo eleitoral foi de R$ 2 bilhões.
“Acho que está exagerado, acho que é um valor exagerado“, disse na chegada à vice-presidência nesta tarde. “Principalmente quando há pouco nós aqui tivemos uma situação difícil no governo para conseguir fazer um rescaldo de R$ 1 bilhão para que as obras não parassem. Então, aí você tem uma gordura de uns R$ 3 bilhões tranquilamente que poderiam ser melhor empregados“, afirmou.
Para o vice-presidente, a forma de fazer as campanhas eleitorais atualmente mudou e permite ao candidato outras alternativas de financiamento. “Hoje você usa muito rede social. O modelo de propaganda eleitoral, de você se fazer conhecido perante a população, ele mudou e também você busca o financiamento por meio do crowdfunding. Não está proibido o financiamento privado“, disse.
Mourão afirmou que não conversou sobre o assunto com o presidente Jair Bolsonaro, que pode vetar ou sancionar o novo valor do fundo. “Eu vetaria“, respondeu Mourão quando questionado.
O vice-presidente retornou no fim de semana passado de missão em Luanda, na Angola, onde participou da 13ª conferência de chefes de Estado e de governo da Cplp (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). No encontro internacional foi aprovado acordo de mobilidade para facilitar a concessão de visto e autorizações de residência e também a circulação de pessoas nos países do grupo.
Mourão afirmou que realizou reuniões diplomáticas bilaterais durante a conferência. Para passar a Bolsonaro detalhes sobre a viagem, o vice-presidente disse que buscaria ter uma reunião com o chefe do Executivo. “Quero ver se consigo falar com ele hoje“, disse.
Mourão viajou no mesmo dia em que Bolsonaro deu entrada no hospital para tratar uma obstrução parcial do intestino. “Desde o começo eu tinha a visão de que a cirurgia seria uma possibilidade remota pela natureza do problema. Era uma questão clínica e ele poderia se recuperar e foi o que aconteceu“, afirmou.
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