O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou nesta quinta-feira (6) que o governo estuda criar um disque-denúncia específico para receber queixas de violência nas escolas. Segundo o ministro, o canal pode funcionar como o Disque 180, serviço de denúncias de agressão a mulheres.
Camilo Santana deu a declaração após participar de uma reunião em Brasília do grupo interministerial criado pelo governo para discutir o tema. Estiveram no encontro, por exemplo, os ministros Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Nísia Trindade (Saúde), além do secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli.
O grupo foi criado após os recentes casos de massacre em escolas em São Paulo (SP) e em Blumenau (SC).
"Terão ações mais urgentes, terão ações a médio prazo e ações a longo prazo. Por exemplo, estávamos discutindo a possibilidade de se ter um disque-denúncia específico para a questão da violência nas escolas", afirmou o ministro.
"Temos hoje o Disque 100, que é denúncia de violação de direitos humanos, temos o Disque 180, que é violação de direitos das mulheres, então, [a ideia] é criar um canal direto, específico. É importante as pessoas se anteciparem, sentirem episódios suspeitos. [...] Então, é um dos pontos que queremos ver a viabilidade, o mais rápido possível, de criar um canal de disque-denúncia de violência nas escolas, para termos esse canal mais rápido", completou.
Na mesma entrevista, Camilo Santana explicou que o governo federal fará reuniões semanais para discutir o combate à violência nas escolas e apresentará uma proposta no prazo de 90 dias.
"A reunião hoje foi, primeiro, para definir as equipes de cada ministério que irão estar à frente [do grupo]. Nós faremos reuniões semanais, as equipes técnicas, e a gente definiu os responsáveis em cada ministério para estar à frente dessa discussão", declarou.
"Temos 90 dias para apresentar relatório final com a proposta para a política nacional de enfrentamento à violência nas escolas", acrescentou o ministro.
Segundo Camilo Santana, os ministros envolvidos nas discussões se reunirão uma vez por mês.
"E vamos definir um conjunto de entidades e especialistas que vamos convidar a participar desse processo. Por exemplo, a nível do Ministério da Educação, vamos encomendar um mapeamento sobre violência nas escolas", declarou.
"Também vamos ouvir professores, ouvir secretários de Educação e ouvir entidades na área de educação, na área de segurança e na área de direitos humanos" completou.
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