Uma audiência pública do governo discute, nesta terça (28), uma nova cartilha que dificulta acesso da mulher ao aborto legal, com novas regras que intimidam ainda mais as vítimas de estupro, que têm direito ao aborto garantido pela lei.
A discussão sobre os direitos reprodutivos das mulheres chega na esteira de dois casos que repercutiram nas últimas semanas:
"São duas mulheres que sofreram violência, duas mulheres que sofreram barreiras desnecessárias para proteção das suas necessidades de vida", define a pesquisadora Debora Diniz.
"As duas estavam buscando cuidados em saúde reprodutiva de diferentes maneiras, e tiveram - uma delas gravemente - sua privacidade, a sua confidencialidade violada."
Pesquisadora em bioética, feminismo e direitos humanos, Debora Diniz avalia que o momento é de "fanatismo e perseguição aos direitos das mulheres."
"Não é porque há algo de difícil na questão do aborto", diz. "É por onde se controla como a reprodução da vida social se mantém. Então controlar os corpos das pessoas que podem engravidar é algo fundamental para os poderes autoritários."
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