O ex-presidente Lula e o presidente Bolsonaro abrem a semana com agendas que buscam ampliar a interlocução com segmentos estratégicos para as suas campanhas. Lula vai na terça-feira (9) à Fiesp, que articulou na semana passada um manifesto a favor da democracia. Bolsonaro também tinha um encontro marcado na entidade no dia 11, mas desmarcou.
O presidente, no entanto, participa amanhã de um encontro com a Febraban, organização que representa os bancos e que foi alvo de ataques do governo após ter anunciado apoio ao manifesto da Fiesp em favor da democracia. Bolsonaro busca resgatar o rótulo de “candidato do mercado”, posto que obteve na eleição de 2018, principalmente ao escolher Paulo Guedes como conselheiro econômico, mas que perdeu no decorrer do seu mandato, em razão do ambiente político turbulento e das ações eleitoreiras contra o arcabouço fiscal – isso não significa que Bolsonaro não tenha apoio no mercado, mas sim que perdeu parte da sustentação que já teve.
Além do encontro com a Febraban, que pretende receber também os outros pré-candidatos à Presidência, o presidente tem um almoço na terça-feira num restaurante em Pinheiros, na capital paulista, para lançar o programa Caixa Pra Elas, uma iniciativa do banco para chegar ao público feminino por meio de ações de empreendedorismo e educação financeira. A campanha de Bolsonaro tem dado atenção especial às eleitoras, maioria do eleitorado e segmento em que o presidente encontra maior rejeição. Daí o protagonismo maior da primeira-dama Michelle nas agendas presidenciais.
O presidente participa ainda do Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura, onde encontra um público mais fiel a sua candidatura, o do agronegócio –Lula tem procurado aumentar a interlocução com o setor não só por meio de seu vice, mas também com parlamentares do Mato Grosso que compõem a frente parlamentar do agronegócio e que já declaram apoio ao petista. Também tem um encontro no integrantes do Secovi, entidade que representa o setor imobiliário.
Lula terá reunião de coordenação da sua campanha na manhã desta segunda (8). Ao lado do vice Geraldo Alckmin, vão definir a estratégia de rua do início oficial da campanha, que será no 16. O PT quer aumentar a mobilização e aposta especificamente em dois comícios: dia 18, em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país e estratégico para qualquer vitória (desde a redemocratização, quem vence em Minas vence no país), e dia 20 no Vale do Anhangabaú, na capital paulista.
Auxílio Brasil
Entre tantas divergências, há um consenso nas campanhas de Lula e Jair Bolsonaro: o Auxílio Brasil, que começa a ser pago no valor de R$ 600 a partir de terça-feira, deve trazer uma melhora nas pesquisas para a candidatura do presidente.
Aliás, somente a expectativa de recebimento dos valores já trouxe algum impacto nos números do eleitorado de mais baixa renda, alvo do programa e que majoritariamente apoia o ex-presidente Lula, de acordo com o monitoramento das duas campanhas.
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