O sistema de saúde brasileiro reduziu o coeficiente de mortalidade por HIV/Aids em 24,6% na última década. É o que apontam dados divulgados pelo Ministério da Saúde, nesta quinta-feira (1º/12), Dia Mundial de Luta contra a Aids.
O índice passou de 5,6, em 2011, para 4,2 óbitos a cada 100 mil habitantes em 2021. A pasta calcula, segundo dados de 2021, que 960 mil pessoas vivem com HIV/Aids no país, das quais 108 mil ainda não têm conhecimento da soropositividade.
HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebidaGetty Images
A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aidsAnna Shvets/Pexels
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Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológicoHugo Barreto/Metrópoles
O uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistasiStock
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O tratamento é uma combinação de medicamentos que podem variar de acordo com a carga viral, estado geral de saúde da pessoa e atividade profissional, devido aos efeitos colateraisiStock
Em 2021, um novo medicamento para o tratamento de HIV, que combina duas diferentes substâncias em um único comprimido, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Hugo Barreto/Metrópoles
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A empresa de biotecnologia Moderna, junto com a organização de investigação científica Iavi, anunciou no início de 2022 a aplicação das primeiras doses de uma vacina experimental contra o HIV em humanosArthur Menescal/Especial Metrópoles
O ensaio de fase 1 busca analisar se as doses do imunizante, que utilizam RNA mensageiro, podem induzir resposta imunológica das células e orientar o desenvolvimento rápido de anticorpos amplamente neutralizantes (bnAb) contra o vírusArthur Menescal/Especial Metrópoles
Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças aprovou o primeiro medicamento injetável para prevenir o HIV em grupos de risco, inclusive para pessoas que mantém relações sexuais com indivíduos com o vírusspukkato/iStock
O Apretude funciona com duas injeções iniciais, administradas com um mês de intervalo. Depois, o tratamento continua com aplicações a cada dois mesesiStock
O PrEP HIV é um tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) feito especificamente para prevenir a infecção pelo vírus da Aids com o uso de medicamentos antirretroviraisJoshua Coleman/Unsplash
Esses medicamentos atuam diretamente no vírus, impedindo a sua replicação e entrada nas células, por isso é um método eficaz para a prevenção da infecção pelo HIViStock
É importante que, mesmo com a PrEP, a camisinha continue a ser usada nas relações sexuais: o medicamento não previne a gravidez e nem a transmissão de outras doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia, gonorreia e sífilis, por exemplo Keith Brofsky/Getty Images
HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida.
O Ministério da Saúde também aponta que oito em cada 10 cidadãos brasileiros convivendo com a condição estão em tratamento. Destas, 95% (665 mil) pessoas estão em supressão viral — ou seja, quando a carga viral no organismo é suficientemente baixa para impedir a transmissão da doença.
Erradicação da Aids
A representante do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) no Brasil, Cláudia Velásquez, celebrou os avanços da pasta no tema.
“O Brasil continua sendo uma referência no combate à Aids, apesar de todos os desafios do passado. Vejo que o Brasil tem a capacidade de acabar com essa doença até 2030, porque tem todas as ferramentas”, comentou.
Socorro Gross, representante da Organização Pan Americana no Brasil Opas/OMS, indicou caminhos para a erradicação da doença no país, e especificou que eles passam pelo reconhecimento das desigualdades.
“O Brasil foi o primeiro país que fez a diferença [no combate à Aids] no mundo. Para que o país possa ser um dos que conseguiram eliminar a doença em 2030, precisamos nos atentar à população, para diminuir as brechas que temos”, reforçou.
A especialista se referiu à importância de atentar-se à população em situação de vulnerabilidade.
“Temos de tentar e mostrar ao mundo que é possível trabalhar com os grupos sociais organizados, porque é assim que vamos chegar a essas pessoas”, indicou.
“Ninguém pode ficar para trás. Este secretário é contra qualquer tipo de estigmatização e lutará para que a política de inclusão seja uma realidade neste país”, comentou Arnaldo Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, durante a coletiva de imprensa.
Campanha nacional
O ministério da Saúde lança, nesta quinta-feira (1º/12), a campanha “Quanto mais combinado melhor”.
A proposta foca na conscientização sobre o uso combinado de novos métodos de prevenção. A estratégia também prioriza a promoção do uso de preservativos e do incentivo à testagem regular, fundamental para a detecção precoce.
Transmissão vertical
O boletim da pasta aponta que a taxa de detecção da Aids em menores de 5 anos apresentou queda nos últimos 10 anos, passando de 3,4 casos para 1,2 a cada 100 mil habitantes en 2021, o que corresponde a uma redução de 66%.
No próximo mês, está prevista a distribuição do medicamento dolutegravir 5mg para crianças vivendo com HIV/Aids com mais de 4 semanas de vida.
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