Os partidos MDB, DEM, PSDB e Cidadania retomaram nesta segunda-feira (20) a série de debates promovida pelo grupo com o objetivo de pensar novos rumos para o país e de construir uma possível terceira via para fazer frente a Jair Bolsonaro e Lula na disputa ao Planalto em 2022.
A iniciativa deu o primeiro passo com um debate, na última quarta-feira (17), sobre a atual crise institucional e contou com os ex-presidentes Michel Temer, José Sarney, Fernando Henrique Cardoso, além dos ex-ministros Nelson Jobim e Moreira Franco. Na quinta e na sexta seguintes, as conversas focaram a economia e a desigualdade.
Ao longo desta semana, a programação continua com painéis diários, sempre às 18h30, com foco nos seguintes temas:
- Segurança pública e democracia;
- Meio-ambiente, desenvolvimento sustentável e democracia;
- Equidade, mercado de trabalho e democracia;
- Crise sanitária, SUS e democracia;
- Identidade de gênero, diversidade e Democracia.
Um dos curadores do evento, o ex-deputado federal e presidente do conselho curador do Instituto Teotônio Vilela (PSDB), Marcus Pestana, afirmou no domingo (19) que a iniciativa pretende criar um ambiente de discussões propício a uma provável futura união entre os quatro partidos nas eleições de 2022.
"É uma medida embrionária de aproximação ideológica dos partidos, longe das fake news e da superficialidade do debate nas redes", afirma. Pestana cita que o grupo pretende ir na contramão cultural do presidencialismo brasileiro, que tradicionalmente discute primeiro nomes e características pessoais dos candidatos e, depois, um projeto de país.
O ex-deputado brinca que o eleitor não vota "pelos belos olhos do candidato", que precisa estar sintonizado com as expectativas e necessidades da população. A série de debates promovida pelas quatro siglas devem ajudar a mapear as convergências e divergências para que, futuramente, se chega a m programa de governo comum.
Questionado sobre se haverá harmonia entre os quatro partidos na hora de definir quem integrará a chapa que disputará o Planalto, Pestana reconheceu o desafio, mas reforçou que "mais importante que os nomes, é o rumo do país".
"Há uma consciência de que se o centro democrático se dividir, o segundo turno será Lula e Bolsonaro. Ou a gente tem um quarto nome com força política, ou, se dispersar, dificilmente o segundo turno vai fugir da polarização", prevê o tucano, citando que, além de Bolsonaro e Lula, Ciro Gomes (PDT) também é tido como certo na disputa.
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