A implementação da tecnologia do 5G deverá transformar procedimentos produtivos, aumentar o uso da chamada Internet das Coisas na indústria e agronegócio e promover acesso e melhorias na educação e, principalmente, na saúde. O diretor de inovação do Hospital das Clínicas, Marco Bego, avaliou os impactos diretos da quinta geração da internet: “A Saúde no Brasil tem um problema de acesso. Quanto mais distando você está dos grandes centros, mais difícil ter acesso a serviços. E a qualidade desse serviço também diminui à medida que você está distante dessas regiões onde eles são mais atuantes. Com essa tecnologia eu posso dar mais acesso, ter mais qualidade e há a expectativa dela ser de menor custo”. O especialista em engenharia de software Rafael Franco explicou como funciona o 5G: “Muito mais velocidade nestas conexões, e mais importante do que a velocidade final é a capacidade da rede de receber um número muito maior de dispositivos com uma latência muito menor. A latência é o tempo que um dado demora para sair no servidor e chegar até o aparelho do usuário”.
Desde 2012, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) desenvolve pesquisas e treinamentos profissionais com a utilização do Robô Da Vinci, que tem seus movimentos operados pelo cirurgião através de um console. O médico assistente de cirurgia do aparelho digestivo do Icesp, Ricardo Abdalla, explicou como o 5G pode auxiliar neste tipo de técnica cirúrgica: “A cirurgia robótica associada à transmissão de dados de maneira eficiente trouxe a necessidade de entendermos o quanto essa nova tecnologia traz segurança e bons resultados para os nossos pacientes”. Com o advento do 5G, um procedimento cirúrgico poderia ser comandado em São Paulo, de maneira robótica, mas aconteceria em outra parte do Brasil, por exemplo.
“Poder fazer um movimento mecânico em um ponto e que esse movimento seja 100% reproduzido em outro ponto. Assim, se eu tiver um lugar remoto com um sistema mecanizado eu posso transmitir ou passar a vivencia do meu cirurgião, do especialista que está em um grande centro e estrutura, para um paciente remoto que não teria condição ou dificuldade de chegar a esses grandes centros para ser atendido”, detalhou Abdala. O médico lembra que, além da possibilidade de executar procedimentos remotamente, o avanço da tecnologia visa maior segurança, efetividade dos procedimentos e, sobretudo, qualidade de vida dos pacientes: “O sistema acaba fazendo alguma coisa repetitiva e com qualidade que o cirurgião poderia se cansar ou abreviar, em termos de função, ao longo da vida dele. Você estende a experiência do cirurgião e transmite para outros indivíduos a partir de um sistema mecanizado”. São Paulo passou a contar com o 5G na semana passada, mas a tecnologia ainda está restrita ao Centro da capital.
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