Neste mês é celebrado o Abril Tulipa Vermelha, campanha usada para conscientizar a população sobre o Mal de Parkinson. Atrás somente do Alzheimer, é a doença neurodegenerativa que mais atinge pessoas ao redor do mundo. O Ministério da Saúde calcula que 200 mil brasileiros convivem com a condição atualmente. O Parkinson é uma doença neurodegenerativa que é basicamente a morte dos neurônios específicos de movimentos. É mais comum após os 60 anos, faixa etária em que uma a cada 100 pessoas são afetadas pela condição.
Existem também casos de Parkinson como o da dona de casa Vânia Carminatti, em que os sintomas ocorrem mais cedo. Quando tinha 40 anos, ela estava dirigindo e notou algo estranho. “Eu percebi o meu dedão pulando, mexendo sozinho”, conta. Quando procurou um médico, Vânia recebeu o diagnóstico de Doença de Parkinson. “Começa a tremer a mão, depois o lado esquerdo todo. Quando fui procurar o médico o lado esquerdo todo já estava tremendo. O que mais me incomoda nesse aspecto é o tremor, porque eu ficava batendo muito a boca. Então, me incomodava demais. E arrastar a perna, como gente velhinha”, conta.
O neurocirurgião e médico do hospital Albert Einstein Marcelo Valadares explica que tremores, movimentos rígidos e mais lentos e desequilíbrio são alertas para um quadro de Parkinson. “O tremor do Parkinson costuma surgir em apenas um dos lados do corpo, embora com o tempo ele tenha uma envolver todo o corpo. Ele é um tremor que quando a pessoa está em repouso, por exemplo, a mão tá parada e treme lentamente. A rigidez, ela é uma dificuldade de fazer os movimentos, como se você estivesse travado, você estivesse duro para se mexer, e o desequilíbrio é uma tendência de quedas, então a pessoa tropeça e não consegue se equilibrar”, explica.
Não há cura para o Parkinson, mas o tratamento aumenta a qualidade de vida dos pacientes. O neurocirurgião Marcelo Valadares explica que é preciso repor dopamina, neurotransmissor reduzido em pessoas com a doença. “O tratamento principal mais comum, normalmente o mais eficaz, é repor no organismo aquela substância que está faltando. Existem outros tipos de remédios também que buscam atuar em pacientes que não se adaptam ou ainda são associados. Por fim, existe o tratamento cirúrgico, que não é a opção, mas ele é muito bem utilizado para aqueles, que por algum tempo, fizeram uso das medicações e as medicações funcionaram muito bem, mas, com a evolução da doença, ou os remédios não mais fazem efeito como antes ou, eventualmente, a pessoa desenvolveu efeitos colaterais ao uso do remédio”, diz o médico.
A cirurgia de Parkinson consiste na estimulação cerebral por meio de uma espécie de marcapasso para controle dos sintomas da doença. A Vânia, que foi diagnosticada há 16 anos, fez o procedimento e contou a principal mudança na qualidade de vida. “Dormir, agora durmo bastante. Era muito difícil dormir. Foi difícil. Depois da cirurgia ficou bem mais fácil. Eu quase não andava e agora eu faço tudo sozinha, não dependo mais de ninguém. Estou bem melhor, cozinhar, fazer as coisas de casa…”, finaliza.
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