Segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com órgãos estaduais de Estatística e com a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Alagoas foi um dos destaques de crescimento de Produto Interno Bruto (PIB) no ano de 2019, ocupando a terceira posição entre as unidades federativas do Nordeste, atrás apenas de Sergipe e do Ceará no ranking. Através da análise foi possível constatar, ainda, que a variação apresentada pela economia alagoana foi maior do que a média entre todos os estados do Brasil.
A Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag) publicou nesta sexta-feira (12) um panorama técnico com as informações detalhadas do PIB, revelado como resultado das Contas Regionais, a fim de demonstrar o desempenho econômico de Alagoas no ano em questão. Conforme o documento, o PIB alagoano fechou a temporada em um valor corrente de R$ 58,964 bilhões e apresentou variação real correspondente a 1,95% em relação ao ano anterior.
“Alagoas conseguiu manter o ritmo de crescimento que vinha apresentando durante três anos consecutivos. O resultado obtido no ano de 2019, através do panorama, só confirma o potencial de recuperação socioeconômica do estado, assim como já havia sido constatado no ano anterior. As Contas Regionais vêm como um indicador dos bons resultados de políticas públicas aplicadas e abrem uma gama de possibilidades para o desenvolvimento de novas perspectivas”, comenta o secretário do Planejamento e Gestão, Fabrício Marques Santos.
De acordo com a Superintendência de Produção da Informação e do Conhecimento (Sinc) da Seplag, que é responsável pelo cálculo do PIB e, por conseguinte, pela confecção das Notas Técnicas acerca do estudo, o setor da economia que apresentou melhor performance no período compreendido foi o da Agropecuária. O ramo apresentou uma variação de 15,37% na dinâmica do PIB estadual, proporcional ao valor bruto de R$ 9,460 bilhões. Dentre os subsetores, destacam-se a Agricultura, que, no ano de 2019, apresentou uma variação positiva de 17,44%, e a Pecuária, que obteve crescimento de 14,89%.
“Todos os subsetores da Agropecuária variaram positivamente, com exceção da Produção florestal, pesca e aquicultura, que se manteve estável. A variação positiva da Agricultura foi influenciada, principalmente, pelo crescimento na produção dos cultivos da lavoura temporária, com destaque para algumas culturas que apresentaram crescimento relevante na quantidade produzida. Já no caso da Pecuária, o desempenho se justifica pelo incentivo ao Programa do Leite, que posicionou Alagoas no posto de 13º maior produtor do país e o 4º da região Nordeste, com uma produção correspondente a 1,7% do total nacional”, explica o gerente de Estatísticas da Seplag, Roberson Leite.
Em análise às atividades agrícolas, é possível evidenciar a produção de cana-de-açúcar, cultura mais expressiva para a economia alagoana, que apresentou crescimento de 11,73%, em função de fatores como, clima favorável e dos maiores investimentos nas indústrias desse setor, para recuperação da safra anterior.
“Além da cana, algumas culturas apresentaram crescimento relevante na quantidade produzida, o cultivo da mandioca aumentou o seu quantitativo de produção em 1,57%, em razão da instalação de uma nova planta industrial em Alagoas, o do abacaxi (10,71%) foi favorecido pelas condições climáticas, o do amendoim (43,83%) ganhou melhores preços para comercialização, o do feijão (18,71%) teve o mercado favorável influenciado pelo aumento da produção, e o do milho (112,90%) também foi beneficiado por fatores climáticos”, acrescentou o gerente.
Indústria e Serviços
O levantamento ainda abarcou informações sobre o comportamento econômico do setor industrial. Embora o subsetor da Construção tenha se destacado pelo crescimento de 4,22% em 2019, isto não foi o suficiente para amortizar a variação de -2,85% da Indústria frente o ano de 2018. O resultado negativo se explica pela queda em outros subsetores, como Indústria de Transformação; Eletricidade e gás, água, esgoto, atividade de gestão de resíduos e descontaminação; e Indústria Extrativa.
A Nota Técnica indicou, ainda, o setor de Serviços como o mais representativo na composição do acumulado alagoano, com o resultado de R$ 37,161 bilhões. Estes números colocam o setor em estabilidade relativa, apesar da leve queda ocasionada pelo resultado negativo de 0,04% em relação a 2018. O percentual determinou-se pela compensação em seus principais subsetores.
Ainda que o subsetor de maior expressão na economia alagoana, Administração, educação, saúde, pesquisa e desenvolvimento públicos, defesa e seguridade social, tenha apresentado uma variação negativa de 2,16%, houve um crescimento significativo em áreas como, Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (0,43%), Atividades imobiliárias (3,29%), Alojamento e Alimentação (5,83%), Atividades Financeiras, de seguros e serviços relacionados (4,65%) e Informação e Comunicação (3,90%).
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