Alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por homofobia, o ministro da Educação, pastor Milton Ribeiro, durante um culto, neste domingo (24), declarou não ter “vergonha de pregar o evangelho” e que, por defender o que a Bíblia diz, está sendo investigado, de acordo com reportagem de Isabela Palhares, da Folha de S.Paulo.
“A Bíblia diz que chegaria um momento em que as pessoas confundiriam o certo e o errado. O inquérito que eu enfrento no STF tem a ver com isso, com algo que Jesus não teve receio de dizer que não é o caminho certo”, afirmou o reverendo Milton, como ele é chamado pelos fiéis da Igreja Jardim de Oração, em Santos, litoral de São Paulo, sua terra natal.
“Meu coração está tranquilo porque não fui chamado no STF para responder por desvio de dinheiro ou corrupção, mas por que eu disse o que a Bíblia diz”, destacou, para em seguida acrescentar que “estava apenas fazendo um desabafo” com sua igreja.
O pastor evangélico e também ministro foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) por homofobia. Em setembro, ele disse que a homossexualidade não seria normal e afirmou, ainda, que só ocorria em “famílias desajustadas”. As declarações foram para o jornal O Estado de S. Paulo.
Enem e culto
Ribeiro esteve em Santos, no domingo (24), chegando a bordo de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), para visitar uma escola que foi uma das sedes das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Em seguida, aproveitou para ministrar o culto na igreja onde é pastor-titular desde 1992.
O pastor disse, ainda, que sua função como ministro é “mais espiritual do que política”, porque o governo de Jair Bolsonaro quer tirar o Brasil do “rumo do desastre”, segundo ele.
“Vivemos um tempo diferente. Por isso quero crer que até mesmo no inferno se levantam forças contra nós”, completou.
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