Rock, ficção científica e tecnologia: estes são os elementos que a banda Órbita Móbile levará, na sua primeira turnê, a quatro cidades da Bahia. Com shows gratuitos em Paulo Afonso (15 de abril), Rodelas (17 de abril), Abaré (18 de abril) e Chorrochó (19 de abril), a Alembaía Tour pretende fazer circular a produção musical presente nas interseções nem sempre visíveis dos espaços fronteiriços do estado e da arte.
Além dos shows, a turnê inclui oficinas de produção musical, que envolverão comunidades indígenas da região de Itaparica, e o lançamento de “Sonho Robô: Crônicas de Forquilha Town”, livro-plataforma que, além de apresentar em quadrinhos a história que dá origem ao primeiro disco da banda, dará acesso ao download das músicas via código QR – código bidimensional que é facilmente acessado através das câmeras dos celulares. A turnê acontece com apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural e Secretaria de Cultura da Bahia.
Rota do Tempo
Alembaía parte da cidade onde a Órbita Móbile foi criada. Formada por Augusto Kuarupp (vocal), Igor Galindo (bateria) e Matheus Carvalho (guitarra), nascidos em Paulo Afonso, além do soteropolitano Mateus Fraga (baixo), a banda foi fundada há 10 anos, como forma de evidenciar o hibridismo e a diversidade cultural presente na região da antiga Forquilha, hoje Paulo Afonso, cruzamento de diversos povos e de estados do Nordeste.
Na encruzilhada estética em que se encontra, a banda traz à tona um discurso poético baseado em narrativas tecnológicas e no rock’n’roll. Estes dois elementos amarram as influências musicais de manguebeat, baião, drum’n’bass, samba rock, funk, hip hop, vaneirão, ópera, reggae, bossa nova, maracatu e pagode, junto com a cultura ancestral indígenas e com referências literárias e cinematográficas compostas por de narrativas de ficção científica, como Isaac Azimov, Aldous Huxley, “Matrix”, “Blade Runner”, Laranja Mecânica”, entre outros. É rock atmosférico, ao mesmo tempo plugado com as raízes do sertão e conectado com questionamentos e poéticas artísticas universais.
Os shows da turnê apresentam “Sonho Robô”, o primeiro disco da Órbita Móbile, que trata de uma humanidade que supostamente desistiu das utopias e se utiliza da tecnologia para voltar a sonhar. Lançado digitalmente em 2016, o disco ganha nova roupagem para a turnê. Com argumento de Kuarupp, que além de vocalista da banda, é roteirista de quadrinhos, e ilustrações do artista Mauro Caparroz, a HQ “Sonho Robô: Crônicas de Forquilha Town” se passa em 2101 e conta a história de uma agente federal e seu parceiro robô, que encontram ciborgues com cérebros humanos portadores de um nanochip com o Algorítmo Quântico para Subjetivação de Consciências Artificiais – AQUASCA. A revista, que será distribuída gratuitamente, configura uma plataforma inovadora de distribuição, uma vez que dará acesso direto e rápido via QR code para download das músicas.
Conexão ancestral
A experiência tecnológica de produção musical dos componentes da banda também será compartilhada durante o mês de abril, com a realização de oficinas envolvendo três comunidades indígenas da região: Tuxá (Rodelas), Truká Tupan (Paulo Afonso) e Pankararé (Glória). As atividades terão duração de 20 horas e tratarão sobre técnicas de produção musical, gravação com softwares livres, mixagem e divulgação e disseminação da música digital através das redes.
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