O ex-presidente Michel Temer condena a instabilidade entre os Três Poderes e avalia que Jair Bolsonaro poderia ter sido um “herói nacional” se tivesse unido forças no combate contra a Covid-19. “Se ele tivesse, logo no início, assumido o controle de tudo isso, ele chamaria os governadores, chamaria os chefes de Poderes, chamaria até os membros da oposição ao fundamento de que: ‘Olha aqui, minha gente, esse vírus não escolhe se é PSL, PSDB, PMDB ou PSOL. Vamos trabalhar todos juntos, combater a pandemia’. Teria organizado tudo isso na União Federal, teria importado as vacinas e entusiasmado a vacinação. Acho que hoje, com toda franqueza, ele seria um herói nacional”, avaliou Temer. O ex-presidente da república analisa que faltou uma pacificação nacional entre governadores, prefeitos e a União.
“Você pega o que a União fez, ela destinou mais de R$60, R$ 70 bilhões para os vulneráveis, micro e pequenas empresas. Mas eu vejo que o inimigo hoje da União Federal é a vacina. Uma palavra de paz, uma palavra de harmonia, uma palavra de pacificação, uma palavra de enaltecimento da democracia, uma palavra no sentido união. Eleições nós temos que deixar pra 2022”, argumentou. Temer considera o poder moderador das Forças Armadas um falso debate. “A função das Forças Armadas, ao preservar a indenidade dos poderes, preserva os pressupostos condicionais. Ela não é um poder superior aos demais. Se me permite relembrar o caso do poder moderador no Império. Não há nenhuma regra escrita do texto constitucional que permita essa interpretação de que as Forças Armadas tem poder de intervir para moderar. Elas tem o postulado de intervir quando convocadas para garantir a Lei e a Ordem”, finalizou. Michel Temer participou do “Papo da Ordem” ao lado do presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.
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