O jornalista Chico Pinheiro deixou a Globo após 32 anos de emissora. Atualmente, ele comandava o “Bom Dia Brasil” ao lado de Ana Paula Araújo. O anúncio foi feito nesta sexta-feira, 29, dia da semana em que Chico encerrava o jornal dizendo: “Graças a Deus”. “Depois de 51 anos de jornalismo diário, 32 deles na Globo, em comum acordo com a emissora, Chico decidiu deixar o dia a dia da vida de repórter, como ele faz questão de se definir. Pretende se dar um sabático e, mais adiante, se dedicar a atividades num ritmo mais espaçado. E combinou comigo que esperaria o fim de mais uma brilhante transmissão do Carnaval, a que se dedica há vinte anos, para que esse anúncio fosse feito, numa sexta-feira”, declarou o diretor de jornalismo da Globo, Ali Kamel, em uma carta na qual não poupou elogios ao trabalho do jornalista.
Chico desistiu da faculdade de engenharia e se formou em jornalismo no ano de 1976, em Minas Gerais. No ano seguinte, ele começou a trabalhar na Globo Minas como chefe de reportagem. Após uma pausa para realizar uma pós-graduação na Europa, o jornalista voltou a Belo Horizonte e se tornou repórter do “Jornal Nacional”. A mudança para São Paulo aconteceu em 1989, quando mudou de emissora e assumiu o posto de apresentador do “Jornal da Band”, principal do canal. Nesse período, Chico foi premiado pela cobertura do impeachment de Fernando Collor. A saída da Band aconteceu em 1995 e, no ano seguinte, o jornalista voltou à Globo para comandar o “Bom Dia São Paulo”, porém ganhou destaque ao ser transferido para a bancada do “SPTV”, onde permaneceu por 13 anos. A popularidade do apresentador o levou, em 2011, para o Rio de Janeiro, para ancorar o “Bom Dia Brasil”, na época, ao lado de Renata Vasconcellos.
O bom humor do jornalista se tornou sua marca registrada e, toda semana, Chico encerra o jornal com a seguinte frase: “Graças a Deus, hoje é sexta-feira”. Em sua carta, Ali Kamel destacou um trecho de uma entrevista na qual Chico explicou por que demonstrava tanta animação na sexta-feira: “As pessoas me perguntam por que eu digo isso, me perguntam se eu não gosto de trabalhar. O motivo na verdade é outro. Na sexta, a gente cumpriu o dever, a gente navegou pela vida durante a semana, conhecendo coisas, aprendendo coisas e procurando melhorar. E sexta-feira, claro, é o começo de estar mais com os amigos, de estar mais relaxado e de se sentar à mesa para partilhar o que foi vivido durante a semana com o companheiro, aquele com quem como o pão, aqueles com quem divido a minha mesa. Essa alegria do encontro, em geral, acontece na sexta-feira”.
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