A pandemia reduziu um ano e meio da expectativa de vida dos alagoanos, derrubando para 71,4 anos o valor que estava em 72,9 antes da Covid-19. Os cálculos fazem parte do
O resultado do estudo “Redução na expectativa de vida no Brasil em 2020 após a Covid-19”, divulgado nesta terça-feira (20), mostrou que a expectativa de vida dos alagoanos caiu dos 72 anos antes da chagada da pandemia para 71 com a pandemia.
O estudo é uma versão ainda preliminar e sem revisão de outros especialistas da área, que teve a participação de estudantes, professores, técnicos e cientistas do Departamento de Demografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Os dados revelam que as mulheres alagoanas são as mais prejudicadas. Elas devem sair de uma expectativa de vida de 77,7 anos para 76,2, ou seja, 1,55 ano a menos.
Para os homens, a perda será de 1,51 ano. Eles sairão de 68,2 anos para 66,7 anos, equivalente a uma redução média nacional de 1,94 ano na expectativa de vida do brasileiro ao nascer, saindo de 76,7 anos para 74,8. Para chegar a esses números, os pesquisadores utilizaram modelos matemáticos baseados no número total de mortes por Covid-19 em 2020. De acordo com a pesquisa, nos últimos 20 anos o Brasil havia ganhado cerca de 6,94 anos em expectativa de vida ao nascer. Isso significa que uma pessoa que nasceu em 2019 tinha expectativa de viver quase sete anos a mais do que quem nasceu no final dos anos 90. Mas o crescente caso de óbitos neste período de pandemia fez com que a expectativa de vida ao nascer diminuísse 28%, fazendo com que o país retornasse aos níveis observados em 2013.
Segundo a responsável pelo estudo, a demógrafa Marcia Castro, no país os níveis são ainda piores se observados aos 65 anos de idade.
“Entre os homens, o ganho havia sido de 2,8 anos em duas décadas e a perda em 2020 foi 3,54. Ou seja, retrocesso a níveis anteriores a 2000”, afirmou ela.
Dependendo do estado analisado, a pandemia fez com que a expectativa de vida ao nascer retornasse a níveis observados entre 5 e mais de 20 anos atrás.
“Embora essas descobertas sejam perturbadoras, argumentamos que elas são quase certamente subestimadas”, apontam os pesquisadores no estudo.
Para eles, o cenário real pode ser ainda mais dramático, já que nem todas as vítimas da pandemia foram testadas e muitas mortes não foram registradas como ocasionadas pelo coronavírus.
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