A CPI da Covid-19 aprovou, na manhã da terça-feira (31), o requerimento de convocação da advogada do presidente Jair Bolsonaro, Karina Kufa. Citada na quinta-feira, 26, no depoimento de José Ricardo Santana à comissão, ela teria promovido um jantar, em maio do ano passado, no qual o ex-diretor-executivo de um órgão vinculado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conheceu Marconny Albernaz Faria, alvo de uma operação do Ministério Público Federal (MPF) do Pará e apontado como lobista da Precisa Medicamentos. Como a Jovem Pan mostrou, Santana e Faria enviaram a Roberto Ferreira Dias, então diretor de Logística do Ministério da Saúde, um “passo-a-passo” para fraudar um processo de compra de testes de coronavírus para beneficar a Precisa.
“No depoimento de Ricardo Santana, esta Comissão Parlamentar de Inquérito trouxe luz a um esquema de corrupção no Ministério da Saúde. A pasta foi transformada em um verdadeiro balcão de negócios, que segue atuando mesmo diante da maior crise sanitária de todos os tempos. O depoimento da advogada Karina Kufa é de extrema importância para os trabalhos desta CPI, uma vez que pode esclarecer sua participação e de outros personagens do seu círculo de amizades nas negociaçõs envolvendo contratos com o Ministério da Saúde, razão pela qual, peço a aprovação do presente requerimento”, diz o requerimento de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Karina Kufa não será ouvida na condição de representante do chefe do Executivo federal, mas por ter recebido, em sua residência, lobistas que estão na mira da comissão. Em nota, a advogada afirma que “fazer churrasco não é crime”. “Conhecer pessoas não é crime. O anfitrião não está obrigatoriamente vinculado aos atos, anteriores ou posteriores, dos convidados”, disse. “Em respeito às pessoas que acompanham as sessões da CPI e, claro, em respeito à própria Comissão Parlamentar de Inquérito gostaria de deixar claro que não tenho qualquer vínculo com a compra ou venda de vacinas e testes para Covid. Não advogo para nenhuma empresa contratada na pandemia e não conheço os representantes da Precisa Medicamentos”, acrescentou Karina Kufa.
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