A expectativa da Polícia Federal era garantir um reajuste entre 16% e 20%, o suficiente para cobrir perdas inflacionárias. A possibilidade de um aumento linear de 5% para todo o funcionalismo público federal pegou a segurança pública de surpresa. Na terça-feira, 10, foi convocada uma assembleia extraordinária dos delegados da Polícia Federal para decidir os próximos passos e definir medidas contra a proposta. Antes disso, porém, na segunda-feira, está previsto um encontro do ministro da Justiça, Anderson Torres, com associações de classe para tentar um acordo. Luciano Leiro, presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal, disse que se a segurança pública não for prioridade do Executivo, isso contraria a bandeira do governo. Leiro afirmou que caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) não retome a proposta inicial, a categoria poderá se posicionar contra o projeto de reeleição.
Ele também destacou que não houve até agora nenhuma manifestação do governo federal sobre a confirmação desse 5%. Então a polícia segue acompanhando o tema com cautela e com a expectativa de o governo cumprir o que foi inicialmente acordado. “Ainda não temos a confirmação dessa questão. O fato é que na terça-feira teremos a nossa assembleia nacional. Todas as cartas estão na mesa, não descartamos nada. E se o compromisso do presidente não for honrado, poderemos ter a decisão de até 2 de outubro mostrar à sociedade a falta de respeito e de valorização do Governo Federal para com os policiais federais, a força de segurança e a segurança pública. Não é possível que a palavra do presidente não tenha valor”, disse Leiro. Um pacote único de 5% que pode ser aplicado no reajuste para todo o funcionalismo federal também interfere na reestruturação das carreiras de polícias federais, polícias rodoviárias federais e agentes penitenciários, prevista com a aprovação de um R$ 1,7 bilhão no Orçamento deste ano.
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