O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) armou nesta segunda-feira, 14, à Coluna do Estadão, que não voltará ao Brasil agora e que, embora lamente, abrirá mão do mandato. que, se retornasse, seria “perseguido e preso” pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
“Por ora eu não volto. A minha data para voltar é quando Alexandre de Moraes não tiver mais força para me prender... Eu tô me sacrificando, sacrificando o meu mandato para levar adiante a esperança de liberdade”, reforçou.
Confira abaixo partes da entrevista.
O senhor volta ou não para o Brasil?
Por ora eu não volto. A minha data para voltar é quando Alexandre de Moraes não tiver mais força para me prender.
Mas no próximo domingo acaba o prazo da sua licença, vai abrir mão do mandato, então?
Estou falando com alguns assessores. Se for o caso de perder o mandato, vou perder o mandato e continuar aqui. O trabalho que estou fazendo aqui é mais importante do que o trabalho que eu poderia fazer no Brasil. No Brasil, o STF, quer dizer, Alexandre de Moraes, ia tentar colocar uma coleira em meu passaporte, me fazer de refém, car ameaçando, como ele sempre faz - mandando a Polícia Federal na Casa, abrindo inquérito, inquirindo pessoas ao meu entorno. Então, eu não vou me sujeitar a fazer isso. E eu não preciso mais de um diploma de deputado federal para abrir portas e os acessos que tenho aqui. Então, a princípio eu continuo aqui. Se o Brasil estivesse vivendo uma normalidade democrática, em que o deputado pudesse falar, onde os deputados de direita pudessem ser iguais a um deputado de esquerda - que vai a organismos internacionais, como zeram no ano passado, pedir a prisão de Jair Bolsonaro, ou a campanha do Lula livre em que o próprio Cristiano Zanin (ministro do STF), o Boulos viajaram (para isso). Mas como não tem, eu estou me sacrificando, sacrificando o mandato, para levar adiante a esperança de liberdade.
Hoje o senhor tem a convicção de que, se voltar ao Brasil, será preso?
Sim, porque o mesmo movimento feito para pegar meu passaporte está sendo feito agora para a minha prisão. Que movimento é esse? É o líder do PT (Lindbergh Farias) fazendo uma solicitação ao Alexandre de Moraes, e o Alexandre de Moraes pendido à PGR (Procuradoria Geral da República). Em que pese o (Paulo) Gonet tivesse 5 dias de prazo para responder sobre a apreensão do meu passaporte, duas horas depois do meu anúncio de que caria nos Estados Unidos, o Gonet publicizou a decisão dele de não pegar meu passaporte e, no mesmo dia, Moraes arquivou meu caso. Mas mesmo dito isso tudo, os próprios impetrantes – Lindberg e Rogério Corrêa - zeram um vídeo dizendo que ‘se o Eduardo voltasse para o Brasil o Xandão ia pegar o passaporte dele’. Então eu não tenho segurança de retornar ao Brasil, porque agora está sendo feito o mesmíssimo movimento, mas para a minha prisão. Eu não vou, sem ter cometido crime nenhum, forçar a minha esposa e os meus familiares a me visitarem numa cadeia injusta. Eu não vou cometer o erro, por exemplo, que o Anderson Torres (ex-ministro da Justiça) cometeu, de retornar ao Brasil achando que teria um julgamento decente e minimamente constitucional. Agora, se o Alexandre de Moraes quiser, eu desao ele a me condenar à revelia e mandar o pedido de extradição para os Estados Unidos.
Sobre não voltar mais. Isso está decidido, o senhor já comunicou ao seu pai?
Não comuniquei não. Não é que não volta mais. Não volto enquanto persistir esse cenário.
Pergunto sobre esse prazo da licença do mandato.
Não conversei com meu pai. Mas tenho dois caminhos bem claros: seguir nos Estados Unidos trabalhando na nossa causa ou retornar para ser preso. Acho que ninguém duvida que eu seria preso se eu retornar para o Brasil.
O senhor não tem medo de ficar com a fama de fujão?
Não, nenhum (medo de cara com fama de fujão). Eu tenho total segurança naquilo que estou fazendo. E, cada vez mais, você vê que tenho tido apoio. Acabo de passar de 6,4 milhões de seguidores no Instagram. Eu estou ganhando seguidor a todo momento. Apoio popular. Na Califórnia não tem uma grande comunidade de brasileiros. Mas z um evento aqui e vieram diversos pastores brasileiros. Estou preparando outro evento em Miami, dia 26 de julho. Pode ter certeza de que haverá a comunidade brasileira apoiando. Temos a esperança de que surja uma esperança de dentro do Brasil.
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