O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, já se posicionou contrário à abertura de um processo de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A discussão sobre essa possibilidade ganhou forças na última semana, após o presidente Jair Bolsonaro afirmar que vai encaminhar um pedido de afastamento dos magistrados à Casa. Enquanto Pacheco minimiza as chances disso, de fato, acontecer, outros senadores defendem que o tema deve ser colocado em pauta para discussão em plenário. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta quarta-feira (18), o senador Eduardo Girão afirmou que há uma “demanda da sociedade” para que a análise seja feita. Ele destaca que o Judiciário brasileiro nunca passou por uma investigação, diferente dos outros poderes, onde presidentes já foram afastados e parlamentares cassados. “Os abusos que o Judiciário tem cometido não são de hoje, desde o início do meu mandato faço pedidos de impeachment. Você pega 3 milhões de assinaturas para um pedido de impeachment e deixa engavetado? São 32 anos de República e a gente nunca analisou um pedido [contra o Judiciário]. Essa omissão, que beira a covardia, é algo perigoso para a democracia.”
De acordo com o parlamentar, mesmo com a posição de Rodrigo Pacheco contrária à abertura de processos de impeachment de ministros, uma pressão da sociedade pode mudar o cenário. “Cadê o cidadão de bem? Está indignado nas redes sociais, se manifestando. Estamos diante de uma caçada sem precedentes a ideias conservadoras, ideias libertárias”, afirmou o parlamentar. Grupos de apoiadores do presidente Bolsonaro preparam uma manifestação para o dia 7 de setembro. A expectativa é que o ato, dependendo do tamanho, possa influenciar na decisão do líder do Congresso Nacional. “Independentemente da reação é bom para o país que sejam analisados [os pedidos]. Isso transcende a política. O Senado já deveria ter aberto há muito tempo análise de impeachment [de ministros]. O único poder que não foi investigado é o Judiciário. O povo brasileiro, de forma respeitosa e pacífica, precisa cobrar os seus parlamentares, porque se tem uma coisa que político respeita é o povo”, finaliza.
Girão também criticou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por bloquear o dinheiro pago por redes sociais a alguns canais conservadores acusados de disseminar fake news . “O que aconteceu ontem no TSE foi estarrecedor. Você bloquear monetização, pedir para uma empresa privada para bloquear monetização de pessoas que se manifestam. O Alexandre Garcia, que tem 50 anos de carreira , citado na CPI… A Ana Paula Henkel, colaborada da Jovem Pan, citada na CPI… E ontem foram para cima de blogs, como o da Barbara [Zambaldi Destefani], do Te Atualizei, um trabalho seríssimo, que leva cidadania, formação política e humor a esse meio político. O que a gente vê é algo parecido com 2 mil anos atrás, quando cristãos eram perseguidos, jogados aos leões nas arenas. Temos de reagir de forma pacífica, dentro das quatro linhas, para reverter isso.”
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