O presidente Jair Bolsonaro convidou-se e se encontrou na manhã desta segunda-feira (25) com o procurador-geral da República, Augusto Aras, e outros integrantes da cúpula do Ministério Público Federal (MPF) três dias após a divulgação do vídeo da reunião ministerial de abril em que, segundo o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, o chefe do Executivo teria pressionado ele a fazer mudanças no comando da Polícia Federal.
O vídeo é tido pela defesa de Moro como uma das principais provas do inquérito que tem Augusto Aras como uma peça fundamental: caberá a ele decidir se denuncia o presidente ao Supremo Tribunal Federal (STF) ou se pede o arquivamento do caso.
O presidente assistiu à posse por videoconferência do novo procurador federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), o subprocurador Carlos Alberto Vilhena, para o mandato de 2020 a 2022. Ele agradeceu ao convite, desejou boa sorte ao novo PFDC e à atuação do MPF, colocando-se à disposição para ir ao órgão.
"Cada vez mais o nosso Ministério Público se mostra completamente inteirado com o destino da nossa nação. Um grande homem soma-se neste momento a essa posição e nós desejamos a ele e a todos os integrantes do MP muito sucesso para o bem do nosso Brasil". disse.
"Se me permite a ousadia, se me convidar, eu vou agora aí apertar a mão do nosso novo integrante desse colegiado maravilhoso aí da Procuradoria-Geral da República", emendou Bolsonaro.
O procurador-geral da República respondeu-lhe: "estamos esperando Vossa Excelência com a alegria de sempre". "Estou indo agora", replicou o presidente.
Então, Bolsonaro foi à sede da Procuradoria-Geral da República (PGR) e trocou rápidas palavras de cumprimento com Aras, Vilhena e outros presentes à solenidade, posando para fotos, segundo a assessoria do órgão informou.
Na avaliação de uma fonte da PGR, o presidente está fazendo pressão em razão de reportagem publicada pelo jornal O Globo nesta segunda em que, segundo procuradores da equipe de Aras, Bolsonaro pode ter cometido crime de advocacia administrativa na questão da troca de cargos de comando da Polícia Federal.
Há 10 dias, reportagem da Reuters citou que a PGR teria elementos para oferecer uma denúncia contra o presidente pelos crimes de advocacia administrativa e prevaricação -- delitos de menor potencial ofensivo -- no caso referente às denúncias feitas por Moro, na avaliação de duas fontes do MPF.
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