Mesmo após receberem alta, muitos pacientes com Covid-19, principalmente os casos mais graves, podem ter sequelas persistentes. A maioria relata insuficiência respiratória, dificuldade para dormir e cansaço ao realizar atividades cotidianas. Visando esses pacientes, alguns hospitais particulares em São Paulo oferecem tratamentos especializados para amenizar as sequelas causadas pela doença. Um levantamento feito com duas mil pessoas, realizado pelo Hospital Oswaldo Cruz, aponta que 30% dos pacientes desenvolveram algum tipo de mal estar após infecção pelo coronavírus, explica o infectologista Ícaro Boszczowski, o estudo avalia recuperados que tiveram alta desde maio do ano passado. “Tem um declínio na qualidade de vida depois da doença. Isso está representado de várias maneiras, uma fraqueza muscular, fadiga intensa, falta de ar, tosse, alguns pacientes que ainda dependem de oxigênio por um tempo mais prolongado e tem alterações de memória, dor de cabeça frequente, alteração cognitiva.”
“É importante ter conhecimento dessa complicação pós-Covid para que se institua um tratamento para esse paciente para que possa ter a recuperação da sua capacidade funcional e ele retorne para suas atividades habituais”, acrescenta o infectologista. Ronaldo Alex Miranda trabalha no mercado financeiro e no mês passado contraiu a Covid-19. Ele ficou 18 dias internado sendo 14 dias em uma unidade de terapia intensiva (UTI) e nove dias intubado. Após a alta, ele teve complicações nas articulações e dor intensa no joelho. Ele conta que, ao voltar pra casa, começou o processo de recuperação com fisioterapia motora e respiratória.
“Tá me ajudando muito, está sendo muito necessária. Já percebi uma evolução muito boa nas dez primeiras sessões e está sendo fantástico fazer a fisioterapia, está ajudando muito na minha recuperação”, afirma. Um estudo realizado em Wuhan, na China, entre 16 de junho e 3 de setembro de 2020 constatou que dos 1655 pacientes que receberam alta, 63% acusaram fadiga ou fraqueza muscular, 26% reclamaram de dificuldade para dormir e 23% desenvolveram sintomas de ansiedade e depressão.
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