A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) reduziu, na segunda-feira (4), a previsão do aumento das vendas para 11,1% em 2021, somando cerca de 3,37 milhões de unidades. Em julho, a previsão estimava alta de 13,6%, ou mais de 3,45 milhões de veículos, na comparação com 2020, enquanto a estimativa de janeiro era de aumento de 16,6%, ou 3,54 milhões de unidades. A revisão negativa foi motivada pela falta de peças nas montadoras, resultado das paralisações na indústria ao longo do ano passado e início de 2021 por causa da pandemia do novo coronavírus. “Estamos diante de muitas incertezas e da maior crise de abastecimento de veículos já vivida nos últimos anos”, afirmou o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior. O baixo estoque de componentes na indústria também é apontado como motivo para a retração de 4,43% nas vendas em setembro, na comparação com agosto. Em relação a setembro de 2020, a queda foi de 14,37%. O total de veículos emplacados no mês foi de 281.054 unidades. “Nos primeiros meses de 2022 teremos uma clareza maior sobre a resolução do problema”, diz o presidente. Segundo a Fenabrave, no acumulado desde janeiro, o emplacamento de veículos se mantém acima de 20%.
A falta de insumos, principalmente o de semicondutores, é constantemente apontado pela indústria como o maior desafio para a recuperação do setor. As maiores marcas que mantém unidades no país, como a Fiat, GM, Volkswagen e Toyota, já interromperam temporariamente a montagem de veículos diante da crise de desabastecimento. Em agosto, A indústria automotiva brasileira estimou que deixou de fabricar 120 mil veículos no primeiro semestre pela falta de peças. O problema, no entanto, já é alertado pela Fenabrave há meses. Em março, a entidade informou que a produção de veículos poderia ser suspensa no país ao longo do ano pela falta de insumos.
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