O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em entrevista publicada neste domingo (20) no jornal "O Estado de S.Paulo", disse que "o caminho" para sair da crise pela qual passa o país é o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
FHC ressaltou que chegou a essa conclusão com o passar do tempo e lembrou que, no fim do ano, defendia uma renúncia da presidente, mas mudou de entendimento.
"Dificilmente você vai ver uma palavra agressiva minha em relação à presidente Dilma. Não apenas pela consideração institucional, mas também pessoal. Mas, com a incapacidade que se nota hoje de o governo funcionar, de ela resistir e fazer o governo funcionar, eu acho que agora o caminho é o impeachment", afirmou o ex-presidente ao jornal.
Segundo ele, o impeachment é um pedido das ruas, evidenciado pelas manifestações do último domingo, que mobilizaram milhões em todo o país. "Se eu bem entendi o que as ruas gritaram, foi isso. As ruas gritaram renúncia, fim, impeachment", continuou.
Para FHC, a saída da presidente é um "processo doloroso, mas os fatos se impõem". "Tão doloroso quanto o impeachment é assistir ao desfalecimento da economia e da sociedade", argumentou o ex-presidente.
Ele disse ainda que as instituições no Brasil estão mais sólidas do que eram na época do impeachment do ex-presidente Fernando Collor e que, por isso, não há risco de um "retrocesso institucional".
Para FHC, é "natural" que o vice de Dilma, Michel Temer, seja o presidente em caso de impeachment. Segundo o ex-presidente, o próximo ocupante do Palácio do Planalto, caso haja a saída de Dilma, vai ter que levar em conta que o país "quer a continuidade da Lava Jato, soluções para as questões econômicas prementes, respeito à institucionalidade".
Atualmente, tramita no Congresso Nacional um pedido de impeachment contra a presidente. A comissão especial que vai analisar o caso foi instalada na última quinta-feira (17). Após a comissão, o plenário da Casa deve se posicionar sobre o tema.
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