O senador Flávio Bolsonaro tentou explicar ao Ministério Público do Rio a origem do dinheiro em espécie que foi utilizado por ele e sua família para pagar diferentes despesas pessoais ao longo dos anos. Além disso, afirmou aos promotores que forneceu dinheiro para pagamentos de despesas feitos por assessores. Nesses casos, admitiu também que usava dinheiro vivo e que “pegava” em sua “lojinha”.
Os promotores questionaram o pagamento de R$ 30 mil em dinheiro feito ao empresário David Macedo Neto durante a compra de um apartamento em um condomínio na Avenida Lucio Costa, na Barra da Tijuca, por R$ 2,55 milhões, em 2014. Flávio explicou que o pagamento foi feito para quitar a aquisição de alguns móveis dentro do apartamento. Questionado por qual razão não fizera uma transferência eletrônica para o pagamento, o senador respondeu:
— Eu tinha uma coisinha guardada em casa, preferi fazer desse jeito.
O promotor Luis Fernando Ferreira Gomes perguntou então:
— Uma coisinha, 30 mil?
Compra de salas comerciais
A compra de salas comerciais pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) teve o uso de R$ 86,7 mil em dinheiro vivo enquanto ele era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio. É o que revelam as construtoras envolvidas na operação e o próprio Flávio em depoimento ao Ministério Público do Rio (MP-RJ) ao qual O GLOBO teve acesso.
No relato, o parlamentar afirmou aos promotores que pediu os valores emprestados para o pai, o presidente Jair Bolsonaro, e um irmão — sem identificar qual deles. Flávio também citou a possível ajuda de Jorge Francisco, pai do ministro Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral da Presidência, e chefe de gabinete de Jair Bolsonaro de janeiro de 2001 a março de 2018, quando faleceu.
Os relatos do senador ocorreram em 7 de julho para o promotor Luis Fernando Ferreira Gomes no inquérito que apura a prática de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio. No depoimento, Gomes relatou a Flavio que a Cyrella e a TG Brooksfield informaram ao MP que ele pagou R$ 86.779,43 com dinheiro em espécie, por meio de depósitos bancários, no ano de 2008, para a compra de 12 salas comerciais no Barra Prime Offices — um centro comercial de alto padrão na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
Com informações de O Globo
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