O empresário italiano Calisto Tanzi, que em 2003 protagonizou a maior falência fraudulenta da Europa até então, a conhecido grupo de laticínios Parmalat, morreu, aos 83 anos, na cidade de Parma, na Itália. As informações foram divulgadas neste sábado, 1, pela imprensa local. Calisto estava internado em Parma desde meados de dezembro por uma infecção pulmonar, que não estava relacionada à Covid-19, e anteriormente estava em prisão domiciliar cumprindo pena de 17 anos de prisão pelo escândalo Parmalat, hoje controlado pelo grupo francês Lactalis. Nascido no município de Collecchio, na região da Emilia-Romagna, em 17 de novembro de 1938, o empresário fundou, aos 22 anos, uma empresa de laticínios que rapidamente se tornou uma poderosa multinacional, com 130 fábricas espalhadas ao redor do mundo.
De um dos empresários italianos mais conhecidos internacionalmente, ele se tornou o destaque da maior fraude financeira da Europa em 2003, quando foi descoberto que vinha falsificando as contas da empresa durante anos e acumulou um buraco de 14 bilhões de euros. Na época, a Parmalat empregava cerca de 36 mil pessoas em 30 países. Foi declarada a suspensão de pagamentos e o escândalo afetou mais de 100 mil investidores em todo o mundo que haviam comprado títulos da empresa. O empresário alegou então que dezenas de políticos italianos, incluindo o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, receberam recursos da empresa durante anos em troca de favores à Parmalat. Calisto foi condenado a dez anos de prisão por fraude na primeira instância, em 2008, e, em 2011, o Tribunal de Apelação de Bolonha o condenou a 17 anos.
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