O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) exigiu neste domingo (4) às partes em conflito no Iêmen que detenham as hostilidades, em um país que se tornou um "inferno na terra" para as crianças, ameaçadas pela fome.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu na sexta-feira o fim da "violência" para evitar que o país caia em um "precipício".
"O Iêmen é atualmente um inferno na terra, não apenas para 50% ou 60% das crianças, mas para cada menino e menina que vive no Iêmen", assegurou Geert Cappelaere, diretor do Unicef no Oriente Médio e na África do Norte, durante entrevista coletiva neste domingo em Amã, na Jordânia.
"Pedimos a todas as partes que se reúnam durante este mês com a mediação do emissário especial da ONU para que cheguem a um acordo de cessar-fogo" no Iêmen, declarou Cappelaere.
"As cifras, embora não digam muito, são importantes porque nos fazem perceber o quanto a situação se tornou desastrosa", afirmou. A guerra no Iêmen confronta as forças pró-governo e uma coalizão liderada pela Arábia Saudita contra os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã.
Além da fome, a população também sofre de doenças como a cólera. "A cada 10 minutos, uma criança morre de doenças que poderiam ser evitadas", indicou Cappelaere.
O diretor regional do Unicef disse à AFP na quinta-feira que 1,8 milhão de crianças menores de cinco anos estão em situação de "desnutrição severa". A guerra acentuou "uma situação que já era negativa depois de anos de subdesenvolvimento" no país mais pobre da região, explicou Cappelaere.
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