O Irã obteve acesso a um montante de US$ 1,6 bilhão que estava bloqueado em Luxemburgo, informou neste domingo (12) o presidente Hassan Rohani. Os recursos devem ajudar o país que enfrenta grave crise sanitária e econômica.
"Nosso banco central e nosso ministério das Relações Exteriores conseguiram recentemente uma bela vitória em uma batalha judicial", declarou Rohani durante um discurso no conselho de ministros, transmitido pela televisão estatal.
Um total de US$ 1,6 bilhão, administrado pela câmara de compensação Clearstream, era mantido congeladoa em Luxemburgo desde janeiro de 2016, a pedido de advogados das vítimas dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
O Irã sempre negou ter qualquer vínculo com os autores dos atentados, todos de origem árabe, predominantemente sauditas.
O site investigativo Paperjam, com sede no Luxemburgo, havia relatado que o tribunal de apelações de Luxemburgo fez uma audiência no dia 2 de abril sobre o caso de fundos iranianos bloqueados a pedido dos Estados Unidos. No entanto, o tribunal não tinha informado a decisão.
Neste domingo, Rohani disse que após "meses" de processo o dinheiro foi liberado "há alguns dias".
O presidente iraniano destacou ainda a liberação dos recursos em um momento em que o país passa por uma "situação difícil" devido à pandemia do coronavírus.
Dupla crise no país
Com quase 4.500 mortes causadas pela Covid-19 e mais de 71.500 casos confirmados, segundo dados oficiais, o Irã é de longe o país mais atingido pelo vírus no Oriente Médio.
Asfixiado pelas sanções impostas por Washington, o Irã enfrenta uma dupla crise: de saúde e econômica, causada pelo restabelecimento das sanções americanas em 2018.
Em março, o país persa havia solicitado ao FMI (Fundo Monetário Internacional) um empréstimo de emergência de até US$ 5 bilhões.
* Com informações da AFP
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