Um jovem de 29 anos denunciou nesta quarta-feira (11) que foi estuprado e agredido após a 24ª Parada Gay (LGBTQI+) de Goiânia. Ele afirma que teve a cabeça machucada e a roupa rasgada ao ser abordado por um homem, que ele não conseguiu identificar. A Polícia Civil investiga o caso.
Ao postar uma foto ferido em uma rede social, o jovem escreveu:
“Mais uma vez a intolerância, a ignorância e o machismo fazem vítimas. Homofóbicos tirem suas mãos imundas do meu corpo, ele me pertence! #vivo e a luta continua”, escreveu.
Segundo o registro feito no 1º Distrito Policial, o jovem estava caminhando para casa, quando nas proximidades de um colégio no Setor Central, foi forçado por um desconhecido a seguir para umas árvores na calçada de um prédio, onde aconteceu a violência sexual.
De acordo com o que foi relatado pelo jovem na delegacia, o agressor queria que ele fizesse sexo oral e, após recusar, recebeu uma pancada muito forte na cabeça com um pedaço de madeira ou ferro. Mesmo ferida, a vítima relatou que o agressor insistiu e o estuprou.
Investigação
De acordo com o delegado Glaydson Divino, o caso foi registrado inicialmente como estupro, mas as investigações vão apontar se o caso se encaixa também como homofobia, especificada na Lei de Racismo.
"O caso foi registrado como estupro, porque a vítima, inicialmente, não foi agredida pelo fato de ser homossexual, e sim porque se recusou a fazer sexo”, afirmou o delegado.
Segundo ele, imagens de câmeras de segurança podem auxiliar nas investigações. “Como o caso chegou para a gente nesta tarde, já determinei que uma equipe acompanhe. Vamos tentar imagens de câmeras próximas para identificar o autor", afirmou.
Mensagens de apoio
Em seu perfil na rede social, a vítima se identifica como não binário e ativista. Ele é conhecido por fazer também apresentações artísticas em Goiânia. Inclusive, esteve em trios elétricos da Parada Gay, que aconteceu no domingo (8).
“Após ser socorrido na rua por uma pessoa que o encontrou todo ensanguentado, o jovem foi vestido e levado até o Cais Campinas, onde levou pontos na cabeça. Ele ficou muito envergonhado, mas hoje convencemos ele de ir até a delegacia registrar o caso e também ao IML para fazer o exame de corpo de deleito. É mais um caso claro de homofobia”, disse Fabrício Rosa, da Rede de Policiais LGBTs e coordenador de Segurança da Parada.
Nas redes sociais, várias são as mensagens de apoio ao jovem. “É inadmissível passar pelo que passou. Espero de coração que você supere e que a dor te dê muito mais garra pra lutar por seus direitos e de tantos que sofrem pela coragem de ser quem são”, postou uma amiga.
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