A Justiça Suíça condenou o bilionário israelense Beny Steinmetz, ex-parceiro da Vale, nesta sexta-feira (22), a uma pena de cinco anos de prisão e multa de 50 milhões de francos suíços (R$ 306,5 milhões) por corrupção de funcionários públicos estrangeiros e falsificação de documentos.
Steinmetz é o mesmo que contratou um parecer do ex-ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro. A firma de advocacia Warde confirmou, em novembro do ano passado, a contratação de Moro, para fazer um parecer jurídico para o empresário israelense, que havia sido preso em 2016 acusado de suborno, em um processo contra a empresa brasileira de mineração Vale.
“Warde Advogados, devidamente autorizado por seu cliente, informa que contratou, a pedido do empresário israelense Benjamin Steinmetz, parecer do ex-ministro Sergio Moro em um litígio transnacional, que se estabelece prioritariamente em Londres”, diz.
O parecer é um dos três que o ex-ministro já fez depois que deixou o governo.
Além de Steinmetz, outros dois intermediários no esquema também foram condenados. O empresário teria organizado a transferência de pelo menos US$ 8,5 milhões (R$ 46 milhões) de 2006 a 2012 para garantir o direito de explorar a mina de ferro Simandou, na República da Guiné. Para isso, pagou oficialmente US$ 165 milhões (R$ 895,8 milhões) ao governo local pela concessão.
Mas, 18 meses depois, ele fechou um acordo de parceria com a Vale, no valor de US$ 2,5 bilhões (R$ 13,5 bilhões), o que levantou suspeitas e gerou até mesmo a irritação daqueles que receberam os subornos.
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