“Será interessante ver quanto tempo levará para que seja vazado o depoimento de Moro. Pelo padrão Lava Jato, seria praticamente em tempo real. Afinal, há interesse público envolvido, certo?”, diz o jornalista, lembrando o motivo defendido por Moro para divulgar o áudio gravado de forma ilegal entre os ex-presidentes Dilma Rousseff e Lula, quando o ele estava prestes a assumir a Casa Civil do governo da petista.

“Justificativa do então juiz Moro por ter vazado o grampo Dilma-Lula: ‘A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras'”.

Kennedy ainda afirma que o ex-ministro tomou outra rasteira de Bolsonaro ao comentar a queixa de Moro, de que estaria sendo vítima de um inquérito intimidatória proposto pelo Procurador-Geral da República, Augusto Aras.

“Moro é um dos responsáveis pela indicação de Augusto Aras para procurador-geral da República. Estimulou Bolsonaro a ignorar a lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República p alçar à chefia do Ministério Público seu procurador de estimação, Deltan Dallagnol. Mas Bolsonaro deu uma rasteira na dupla dinâmica e fez acordo com Aras. Agora, Moro se queixa de suposto inquérito persecutório. Irônico. Moro usou inquéritos da Polícia Federal para intimidar um porteiro em benefício de Bolsonaro e para tentar tirar credibilidade da Vaza Jato”, escreveu.

O jornalista defende, no entanto, que Moro seja investigado de forma imparcial, apesar de estar sendo “vítima dos próprios métodos”.

“Apesar de ser vítima dos próprios métodos, Moro merece uma investigação imparcial para apresentar provas que colheu nos 16 meses em que topou servir ao pior presidente da história. Aras, Moro, Bolsonaro e Dallagnol se merecem. São a mesma coisa, diria alguém que conhece a turma”.