O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta disse ter avisado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o risco da falta de oxigênio nos hospitais, na época em que comandou a pasta no início da pandemia de coronavírus.
Em entrevista ao canal pago GloboNews, o ex-ministro comentou o colapso no sistema de saúde no Amazonas com o aumento no número de casos de Covid-19 após as festas de fim de ano.
"É muito triste abordar esse tema sabendo que esse tema foi abordado por mim junto ao presidente exatamente focando sobre o problema de oxigênio, já que nós já tínhamos assistido na Itália um colapso parcial de oxigênio na cidade de Bergamo, e foi quando as pessoas pararam de ir para o hospital e começaram a falecer em casa”, relembrou Mandetta.
Na última terça-feira (12), com o novo surto de casos de coronavírus, a demanda por oxigênio hospitalar no estado superou a média diária de consumo em mais de onze vezes, agravando a situação nos centros médicos de referência para o tratamento da Covid-19.
“Oxigênio não acaba da noite para o dia. Essa crise de falta de oxigênio já era presente tranquilamente há mais de um mês. Não está havendo monitoramento, planejamento. [Há] falta de atitude, falta de governança, falta de interesse do governo federal”, criticou Mandetta.
Em seguida, Mandetta definiu o governo Bolsonaro como “perverso”: “Tem gente que fala: ‘Isso é uma loucura’. Loucura tem tratamento. Outras palavras você poderia colocar, mas a perversidade me parece que é o adjetivo que eu encontrei com maior similaridade, porque é quando você tem conhecimento das consequências da sua ação”.
Utilize o formulário abaixo para comentar.